MONTE GORDO EM OBRAS



Monte Gordo está a ser alvo em simultâneo de duas intervenções urbanísticas que compromentem o presente e talvez o futuro.


A mais importante e menos polémica é na própria praia onde os velhos e obsoletos denominados apoios de praia (restaurantes e balneários) estão a ser demolidos para dar origem a novos. Não vamos discutir a opção tomada pela madeira, muito menos a sua arquitectura, mas não é razoável que se iniciem em simultâneo as demolições de todas as construções privando os muito turistas estrangeiros que nesta altura habitualmente procuram Monte Gordo de poder usufruir da praia com dignidade. Hoje a paria é um enorme estaleiro e onde não é possível desfrutar de um banho de água ou de sol em sossego e nem sequer beber uma água ou um café.



Alguém nos consegue explicar o que justifica esta louca corrida pela demolição simultânea de todas as construções quando apenas uma pequena parte dos 18 novos apoios estão em condições de poder avançar? Não seria mais razoável fazê-lo de forma faseada começando por demolir as construções dos concessionários que já dispõem de capacidade financeira para e investir os cerca de 500 mil euros por cada nova unidade?  Não seria mais razoável manter alguns dos antigos apoios a funcionar por mais algum tempo e iniciar as demolições à medida que os novos apoios fossem sendo concluídos? 

Qual o problema de manter as licenças até ao final do primeiro trimestre e então concluir as demolições? 

A falta de lucidez de alguns, a mania da grandeza de outros podem justificar esta actuação. Esperemos que tal irresponsabilidade não tenha reflexos negativos para o futuro do turismo de inverno no concelho.

A outra obra é mais polémica! Estão a destruir a reduzida área de jardim existente na vila para aí serem construídos 20 espaços comerciais.

Não sé trata apenas de uma obra questionável sobre o ponto de vista ambiental e arquitectónico. Também sob o ponto de vista concorrencial é uma opção muito discutível! A valorização imobiliária das habitações e comércios na primeira linha (Av Infante D. Henrique) foi alimentada especulativamente pelo facto de, alegadamente, não ser possível construir mais nada entre aqueles edifícios e a praia, logo ficam goradas as expectativas de quem investiu muito mais do que os outros para ficar em primeira linha e muitíssimo mais do que aqueles que agora irão explorar os espaços comerciais inventados pela autarquia.

Como se tal não bastasse, o município sob a batuta do duo Luís + São está a utilizar um espaço que não é do município para tentar ir buscar mais uns cobres para atirar para o atoleiro financeiro em que mergulhou o concelho com a desastrosa gestão de 12 anos de folia conduzida por Luís Gomes e Conceição Cabrita.

Mas se calhar estou a ser injusto e a penas a especular  uma vez que como se pode ver pelas fotos a obra não tem a informação legalmente obrigatória pelo que poderá não ser a construção de outra qualquer coisa. 

Ou será que a falta da informação legal terá qualquer coisa a ver com o conteúdo do relatório do Ministério do Ambiente que afirma que a zona é propriedade do Estado e não do Município? Se calhar, digo eu a especular, a ideia da São é primeiro construir e quando chegar a notificação da proibição já tudo está feito e depois logo se vê se alguém tem coragem de mandar demolir