A DIFÍCIL EQUAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO




Sem empreendedores dignos desse nome, com um setor empresarial concentrado em atividades com um baixo nível de valor acrescentado, quase sem terrenos disponíveis para urbanização, com o potencial turístico destruído pelo aproveitamento intensivo e desordenado das áreas com potencialidades turísticas, com uma autarquia quase falida, com os jovens especializados em programas ocupacionais, como se pode pensar no desenvolvimento de Vila Real de Santo António.

Depois de levar a dívida a níveis brutais e de empenhar uma boa parte das receitas futuras a autarquia dificilmente conseguirá manter por mais quatro anos o modelo oportunista montado a pensar nas eleições. Dificilmente conseguirá manter os esquemas do passado e não dispõe de recursos financeiros, poderá inventar uma VRSA parecida com o Dubai encomendando desenhos de arquitetura a lembras a Germânia de Hitler, mas dificilmente terá dinheiro para ir além da primeira pedra.

Não admira que a São e os seus pares tenham tentado apropriar-se abusivamente da mata, era um golpe de mestre, a sua venda renderia dinheiro para mais quatro anos de despesismo. Sem património para vender, sem espaço para aprovação de novos projetos, pouco mais resta à São do que fazer contas à vida, sem receitas extraordinárias as receitas correntes mal darão para o serviço da dívida.

Depois de mais de uma década a ignorar a importância que a autarquia poderia ter na promoção do desenvolvimento, os irresponsáveis que gerem a autarquia enfrentam agora o inverno de pobreza que semearam durante três mandatos. Um concelho ultra periférico, quase sem atividade empresarial, com as poucas empresas existentes no setor do comércio ou a gerir um parque hoteleiro envelhecido.

Se comparada com outros concelhos do Algarve, Vila Real de Santo António está hoje mais pobre do que estava ao longo de todo o século XX e mesmo do que estava no século XIX. Basta analisar as diferenças de desenvolvimento entre Vila Real de Santo António e Castro Marim, um concelho historicamente pobre, para percebermos como a cidade está a recuar. Não tardará muito para que Castro Marim supere Vila Real de Santo António. 


Seria interessante se a presidente da autarquia em vez de andar a cercear o debate político e a fazer ameaças veladas, como fez no discurso de posse, explicasse aos cidadãos de Vila Real de Santo António como encara o futuro da cidade cujo desenvolvimento lhe cabe promover. Que ideias tem, com que recursos conta, o que pretende fazer?

UMA RELAÇÃO ESTRANHA



Independentemente do que se possa dizer de Cuba, das simpatias que possamos ter em relação a este país ou das posições em relação a alguns problemas como, por exemplo, o bloqueio, a verdade é que Cuba não é um país qualquer.

Não vale a pena pensar que as iniciativas associadas a Jose Marti, muito queridas do ex-autarca de Vila Real de Santo António, são inocentes e não visam a propaganda do regime. Ou ignorar que o programa ao abrigo do qual foram realizadas às cataratas se inscrevem num programa de ajuda à América Latina. Fazer de conta que tudo isto é tão natural como ouvir Luís Gomes falar à televisão cubana como se pertencesse ao comité central do PCP só pode merecer uma gargalhada.

O que levará um jovem ambicioso da direita europeia, cujo partido pertence ao grupo conservador, cujo partido quase apelou à Europa para boicotar Portugal por causa de um acordo político á esquerda, gostar tanto de Cuba? Para o regime cubano Luís Gomes não é um qualquer militante de base do PCP, tem direito a cerimónia pessoal de despedida na hora da partida de um embaixador de Cuba em Portugal, organiza as semanas culturais de propaganda cubana, algo que dantes se via na Festa do Avante e tem um estatuto destacado em Havana.

Pensar que tudo isto é espontâneo é uma pura ingenuidade, imaginar que um país com grandes dificuldades financeiras decidiu ajudar os pobres de Vila Real de Santo António é brincar com a nossa inteligência. A relação entre o regime cubano e um político da direita conservadora europeia não é decidida de ânimo leve ou por um qualquer cabo de esquadra. É algo que num regime como o de Cuba passa pelo crivo do partido, do governo e dos serviços de informação.

Como explicar que um autarca do PSD tenha em Cuba muito mais destaque do que o líder do PCP? A que título a presença "cultural" de Cuba em Vila Real de Santo António é mais forte do que na Festa do Avante? Que estatuto especial tem Luís Gomes para que seja convidado paras as cerimónias oficias na embaixada cubana? O que leva tantas vezes Luís Gomes a Cuba, onde é recebido com tantas honrarias? Que mais negócios e relações estão envolvidos nesta trama?


José Luís Gomes não é propriamente um Hugo Chavez e as suas relações muito íntimas com e em Cuba só podem existir porque são apoiadas pelo regime. Há algo de muito estranho nesta relação e dificilmente podemos acreditar que os acordos entre Luís Gomes e o regime cubano se ficam pelo que é do conhecimento público. Há muito mais nesta relação de tantas viagens do que umas musiquinas na companhia de um cantor cubano.

O QUE VAI FAZER A SÃO?


Agora que passou de vice a presidente da Câmara Municipal de Santo António o que vai fazer a São, vai continuar a ser uma vice de Luís Gomes ou tentará afirmar-se afastando-se do seu progenitor político?
 
Não vai ter um mandato fácil, com uma câmara falida de cuja situação financeira foi corresponsável ou continua presa aos compromissos que assumiu no passado ou tentará afirmar-se demarcando-se do seu antecessor, agora em situação de desemprego.
 
Um capítulo que merece especial atenção são os negócios estranhos com o regime cubano, se a São continuar a transformar Vila Real de Santo António num protetorado de Cuba o Luís Gomes poderá continuar a apresentar-se em Havana como dono da situação. Mas se a autarquia reduzir as relações com Cuba aos mínimos contratuais o ex-presidente poderá vir a ser abandonado por Cuba e pelos cubanos, é caso para dizer que ficará a cantar sozinho.
 
A obra que deixou em Vila Real de Santo António e as suas relações estranhas com outros meios políticos torna Luís Gomes demasiado tóxico para a futura liderança do PSD, isso significa que o ex-autarca, agora músico nas horas livres, arrisca-se a perder o lugar e o que se passou em Castro Marim, onde teve um papel importante, não faz prever nada de bom. Luís Gomes pode comer do mesmo pão que amassou e depois enfiou pela boca do Estevens. Uma dúvida que está no ar é se a São lhe vai dar a presidência da SGU.
 
É muito duvidoso que a atual presidente deseje que Luís Gomes ande por aí durante quatro anos, esperando a devolução do lugar. Até porque a agora presidente precisa de se demarcar do passado e de muitos negócios duvidosos.
 
Em casa onde não há pão e com tantos negócios a pedir esclarecimento a atual presidente vai ter uma vida difícil, vai precisar de consolidar o seu lugar de presidente e esperar que o agora seu vice não esteja à espera de um tropeção para no fim tanto a São como o Luís ficarem a ver os navios a passar ou a imaginar pois há muitos anos que não entra um navio na barra do Guadiana.


OPACIDADE, CORRUPÇÃO E CACIQUISMO



A regra das compras das instituições do Estado é o recurso ao concurso público. Desta forma assegura-se que os concorrentes estão em condições de igualdade, desconhecem-se as propostas dos concorrentes e as decisões têm de ser fundamentadas nos termos dos concursos. Quem ganha um concurso não fica com qualquer dívida de gratidão em relação à senhora presidente.

Os concursos asseguram que os negócios são transparentes, que o Estado não favorece cidadãos, que o dinheiro dos contribuintes é gasto de forma honesta e que não está ao serviço de autarcas caciques, que o usam para comprar votos, para perseguir concidadãos ou para manipular eleições, para se eternizarem no poder.  

A transparência nos negócios do Estado é uma condição para se combater a corrupção em todos os sentidos, no sentido penal, no sentido ético e no sentido eleitor.

O recurso à adjudicação direta é uma exceção na lei, mas quer na autarquia de Vila Real de Santo António quer na sua SGU a regra na hora de gastar dinheiro é o ajuste direto como se pode verificar na  lista (Excel) das compras da CM * e das compras da SGU * (clique para fazer download da folha de cálculo). Em mais de mil compras desde o ano de 2008 a autarquia promoveu pouco mais de uma dúzia de concursos, todas as outras foram feitas por ajuste direto.

Isto significa que a SGU e a CM gastaram centenas de milhares de euros decidindo a quem compravam, isto é, centenas de cidadãos e de empresas dependem dos humores dos responsáveis daquelas instituições e todos sabemos ao que isso pode conduzir, ao caciquismoo. Na hora das eleições todos sabem de quem depende. Isto significa que os contribuintes não só pagam taxas elevadas a troco de nada, que o futuro do concelho está ameaçado por uma dívida brutal, que o dinheiro é mal gasto e ainda por cima serve para eternizar os caciques no poder.

(*) Clicando no link acede a uma página no Keep2Share. Clique no botão " Slow speed download". O ficheiro de Excel contém todas as compras desde finais de 2008.

UM DIA QUE DEVIA SER FELIZ



A posse dos órgãos autárquicos deveria ser um dia de festa, tanto para aqueles que conseguiram mais votos, como para os que conseguiram menos reconhecimento eleitoral das suas propostas. Todos representam o povo e como tal deveriam ser respeitados, todos foram eleitos democraticamente e com campanhas limpas, depois de os militantes dos seus partidos os terem escolhidos como os mais capazes para gerir as instituições municipais.

Todos sabemos que nada disso acontece em Vila Real de Santo António, uma terra de grandes tradições democráticas que parece mergulhada numa noite democrática que poderá chegar aos dezasseis anos. Todos conhecemos os truques, sabemos dos envelopes, dos almoços, dos favores, das empresas amigas, das pressões.

A democracia serve para que sejam escolhidos os melhores, mas todos sabemos que uma democracia podre leva a que nem sejam escolhidos os melhores candidatos nem os melhores autarcas. É por isso que hoje em vez de estarmos celebrando a democracia estamos assistindo com tristeza a mais um ato de uma ópera bufa.

Os que ganharam sabem como o conseguiram e não sentem vergonha na cara, os derrotados sabem como perderam e cumprimentam os empossados com um sorriso no rosto. Vão começar mais quatro anos do mesmo, de favorecimentos, de presença cubana, de negócios questionáveis, de aumento da dívida, de basófias, de tristeza.

Mas é também o primeiro dia para a oposição que deve começar por uma reflexão, como é possível que uma equipa tão incompetente consegue quatro anos depois de nada ter feito ganhar as eleições com uma mairoia absoluta? Os abusos, as manipulações, os almoços, os almoços e a manipulação
eleitoral da miséria económica e cultural não explica tudo.

A oposição perdeu também porque não foi suficientemente competente e os partidos devem refletir sobre se escolheram bem os dirigentes, se a forma como funcionam internamente é entendida pelos eleitores, se os seus modelos se adequam aos desejos da população. é bom que o faça, sob pena de dentro de quatro anos voltarem a perder.

O CHAVELHITA



Foi durante muitas anos o ardina da Vila, tinha a sua banca junto à parede , entre o Cantinho do Marquês e o Monumental, ao lado da tabacaria do Mário, chefe dos serviços administrativos da Parodi e afilhado do dono da fábrica, o D. Angelo Parodi, personalidade de que falaremos noutra ocasião.

Baixo, rápido, cabelo branco e cheio de genica o Chavelhita foi uma imagem da Vila durante muitos anos, mais tarde passou a ter consigo o irmão, doente em resultado da passagem pela guerra colonial, mais alto do que o irmão, cabelo comprido. Voltou doente da guerra, nesse tempo dizia-se que estava passado ou flipado, hoje teria sido diagnosticado stress pós traumático, a guerra estava presente na frase que repetia incessantemente, “quem passa por elas é que sabe e as catanas eram bifes”.

Para a memória coletiva da vila ficou o dia 25 de Abril, soube dos acontecimentos de manhã, ainda que a data era esperada desde o golpe das Caldas. Mas as notícias chegavam devagar e durante algum tempo o Baía ainda foi o poderoso chefe da PIDE/DGS. A ansiedade era enorme, os jornais, os vespertinos que já traziam as notícias do golpe militar, se resistissem à procura antes da carrinha chegar ao fim do seu itinerário, chegariam, como de costume, ao princípio da noite, tempo necessário para os 300 km até Lisboa.

Quando os jornais chegavam, enrolados e com páginas velhas a servirem de embalagem, havia que os montar e arrumar na banca. O Chavelhita perdeu a paciência com tantos braços ansiosos, estendidos com moedas nas pontas dos dedos. Perdeu a paciência, foi para o meio da Praça Marquês de Pombal e atirou os jornais para o ar e foi-se em borra. Todos pagaram o jornal depois de recolhido na calçada e para muitos esta é a memória que marca 25 de Abril de 1974.

PROGRAMA OPERACIONAL MAR 2020



"Grupo de Ação Local Pesca do Sotavento do Algarve anunciou a abertura, até 5 de janeiro de 2018, de candidaturas a fundos do Mar2020, disponibilizando um total de apoio público de 3.306.042 euros.

Este aviso disponibiliza apoio não reembolsável, com uma taxa de cofinanciamento público de 50% a 100%, mediante a tipologia de beneficiário e natureza do projeto.

São elegíveis projetos nas seguintes áreas: inovação em espaço marítimo; qualificação escolar e profissional relacionada com o meio aquático; promoção de planos de mar; preservação, conservação e valorização dos elementos patrimoniais e dos recursos naturais e paisagísticos; reforço da competitividade da pesca; reforço da competitividade do turismo; promoção de produtos locais de qualidade; melhoria dos circuitos curtos de bens alimentares e mercados locais, no âmbito do mar.

As candidaturas deverão ser apresentadas em suporte papel e em triplicado, com recurso ao formulário disponibilizado nos sítios da internet do GAL Pesca Sotavento Algarve  e do Programa MAR2020". (Diário Online)


Enquanto o município de Olhão investe na indústria e na pesca, em Vila Real de Santo António o autarca prefere investir milhões em projetos de Dubai para engrandecimento da sua imagem, depois ajudam-se os pobrezinhos com consultas de oftalmologia, sopa dos pobres, e programas ocupacionais. Compreende-se, é mais fácil arregimentar pobres e subsidio-dependentes para as grandiosas arruadas eleitorais do que gente que não depende nem tem medo dos senhores presidentes.

Esperemos que desta vez Vila Real de Santo António não fique de fora dos investimentos no mar e que se quebre o ciclo das famílias locais que enriqueceram com o oportunismo das licenças de pesca.

PENSAR O MODELO DE DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO



Coincidência ou talvez não, desde que existe poder autárquico democrático que o concelho de Vila Real de Santo António tem vindo a definhar. Esta realidade só tem sido mitigada graças ao negócio da peseta, negócio que não cria emprego qualificado nem promove o emprego ou o empreendedorismo a montante do balcão dos atoalhados.

Viradas para o voto fácil a tendência de muitos autarcas é gerar receitas ou dívidas para mostrar obra, tendendo a gastar os recursos na satisfação de necessidades imediatas, em prejuízo de projetos que visem o futuro. Este modelo assenta em receitas fáceis (dívida, vendas de património e impostos sobre o imobiliário).

Nos últimos dois anos, com uma gestão autárquica totalmente centrada na obtenção de votos sem olhar a meios, este modelo económico tornou-se miserável. Promove-se a miséria para depois ganharem-se votos comprando quem precisa de um emprego, de uma casa ou simplesmente de comer. Nos últimos anos o concelho foi embebedado com projetos grandiosos, mas pouco mais se fez do que uma morgue e as obras num edifício camarário, tudo o resto foi pura basófia.

Criou-se um exército de pobres e subsidiodependentes que na hora das eleições são arregimentados para jantares de campanha, arruadas e, por fim, votar. Os boatos de envelopes com dinheiro, de restaurantes cheios de famílias inteiras a almoçar depois das eleições.

É preciso quebrar com este ciclo miserável que foi instalado pela tripla São+Luís+Romão Jr e voltar a pensar na economia do conselho, refletir sobre como pode um pequeno concelho acabar com um ciclo de pobreza, promovendo o investimento e empreendedorismo, para que as próximas gerações de jovens em vez de andarem em programas ocupacionais a mando da São ou do Luís, sejam capazes de gerar mais riqueza e desenvolvimento.

BASÓFIAS



Basta procurar por Vila Real de Santo António no Google para apareçam dezenas de ligações para notícias dando conta de grandiosos projetos imaginados e anunciados pela dupla São+Luís. A máquina de propaganda paga a peso de outro para proporcionar notoriedade nacional a esta maravilhosa dupla teve o seu auge com a nova Germania do Luís.

Daremos especial atenção às basófias do passado da dupla Luís+São e do futuro com a dupla São+Romão JR.

O QUE ESCONDE O ARMÁRIO CUBANO DE VRSA?


É bem conhecido o internacionalismo cubano, as suas relações com alguns países da América Latina, o apoio dado ao MPLA em Angola ou a sua presença noutras partes do mundo. Mas também se sabe que Cuba não é um país rico e com grandes recursos, durante décadas sobreviveu com a ajuda da ex-URSS e muitos dos seus apoios ou intervenções externas tiveram compensações, sem as quais o país não sobreviveria. No caso atual da Venezuela todos sabemos que independentemente das relações ideológicas há também compensações, o apoio à Venezuela é compensado com petróleo barato.

Não se pretende dizer que o regime cubano é desonesto ou que beneficia abusivamente de situações em que se envolve politicamente, diz-se apenas que o internacionalismo cubano não é uma forma de mecenato internacional para o qual aquele país pobre não tem recursos. Cuba exporta quadros e importa matérias primas a preços favoráveis.



Mas o que levará Cuba a ter em Vila Real de Santo António uma presença proporcionalmente mais importante do que a que tem ou teve em qualquer outra parte do mundo? O que leva o regime comunista cubano a ter relações especiais com um político local da direita portuguesa? Vale a pena lembrar que pouco tempo depois de Gorbachev chegar a líder do PCUS foi impedido de entrar em Portugal para estar presente num congresso do PCP, por um governo do PSD que na época estava bem mais à esquerda do governo de extrema-direita chique de Passos Coelho.

Qual será o verdadeiro papel de Luís Gomes nas relações com o regime cubano? O que leva o governo de Havana a ter relações com um político local da direita de um país da UE e da NATO com um nível de intimidade só comparável às relações que tem com o governo venezuelano? O que dará Luís Gomes em troca, que compensações poderá ter Luís Gomes em Cuba?

As relações de Luís Gomes com Cuba são um armário cheio de segredos escondidos dos olhos não só dos vilarealenses como de muitos outros. O que ganha Cuba com estas relações pessoais, negócios de saúde e semanas culturais num pequeno concelho da Europa que fica a milhares de quilómetros de Havana? O que oferece e o que recebe em troca? Quem é Luís Gomes na perspetiva do regime cubano , da sua diplomacia, do Partido Comunista de Cuba e dos seus serviços de informações?



O que se esconde no armário cubano de Luís Gomes? É só o que poderão dizer ou sugerir as más línguas, de que todos falam à boca pequena, é uma genuína admiração pelo regime cubano por parte de alguém de direita e sem grandes escrúpulos políticos, serão as preocupações com os problemas oftalmológicos dos velhotes ou há muito mais?

Um dos pontos a analisar com mais atenção no próximo mandato autárquico são as relações da autarquia com o regime cubano. Serão um teste à fidelidade da São em relação ao Luís Gomes. As relações vão manter-se, Luís Gomes vai ter um estatuto especial na CMVRSA que financie as suas deslocações a Cuba?

Quem vai mandar na autarquia de Vila Real de Santo António, a São Cabrita ou o Luís Gomes? Neste negócio à Putin/Medvedev qual é o papel da São e de Luís Gomes? Que papel vai ter Cuba e o seu governo na gestão autárquica de Vila Real de Santo António?

A AVIFAUNA DE VRSA


Apesar da pouca importância que é dada às questões ambientais, sinal de que a concepção da cultura das entidades camarárias tem muito de decorativa, a verdade é que o concelho de Vila Real de Santo António é um dos mais ricos em biodiversidade. Muito provavelmente é um dos concelhos do país onde se pode observar um maior número de aves.

Num pequeno concelho podemos encontrar uma grande diversidade de habitats, cada um dos quais com a sua avifauna específica, temos serra, barrocal, ria, sapais, pinhal, praia e dunas. Além disso, o concelho situa-se numa das principais rotas migratórias por onde passam as aves nas suas viagens migratórias entre a Europa e a África, aproveitando a passagem do Estreito de Gibraltar.


Não admira que no passado a mania de "armar ao pássaro" fosse quase um desporto local, prática que felizmente já quase é cosia do passado. Neste capítulo vale a pena referir que muitas aves têm em VRSA nomes que não são usados noutras regiões do país. É o caso do verdilhão-comum (Carduelis chloris) da fotografia que em VRSA é conhecido por verdum.

É uma pena que pouco ou nada se tenha feito neste capítulo, um domínio em que nalguns países atrai muitos turistas. 

100 DINHEIROS



Dizem as más línguas que este ano a cotação dos votos subiu animada pela notação dada à dívida portuguesa pela S&P, ao que parece cada voto, independentemente do peso, do leitor tinha um preço único de 100€, isto é, um único voto dá para ir ali à praça comprar dez quilos de estupeta de atum. 

Como o preço dos votos é como a cotações das safiras nalguns mercados africanos ou como o ouro em pós da Amazónia, não há quem publique as cotações, é bom sabermos a quantas andamos. Assim nas próximas eleições já sabemos quanto devemos exigir por cada voto, 100 € mais o aumento do custo de vida, que tanto pode ser determinado pela taxa de inflação como pode ser indexado ao preço da muxama, isto para quem compre mais muxama e menos bifes.

Daqui a dois anos este valor pode vir a subir, para além do aumento dos preços há que avaliar bem o desespero dos que precisam de ganhar. Se a dívida do concelho aumentar vertiginosamente, como tem sucedido até aqui pode pedir-se mais algum. Quem souber regatear até pode negociar eleição a eleição, tanto para o voto na junta, outro tanto para a assembleia municipal e mais algum por conta do voto no presidente ou presidenta. Tudo bem contado em notas de dez euros e fechadinho num envelope que fica por conta do comprador.

Quem paga? Não se preocupem, o que há mais por aí são sacos azuis por conta de futuros e apesar de todas as leis de branqueamento de capital o que menos faltam são sacos de plástico. 

Não se deixem enganar, quando alguém quiser comprar o seu voto não exija menos do que dez quilos de estupeta.

O LARGO DA FORCA



Podem ficar descansados, não somos devotos do André Ventura e não vamos defender o restabelecimento da pena de morte para autarcas incompetentes ou danadinhos para guloseimas. Aliás, o Largo da Forca, agora promovido a Largo António Aleixo porque a casa onde durante muitos anos foi a oficina do Mário pintor, nunca teve forca, nem ninguém ali foi vítima de um qualquer auto de fé, apesar de ali ter existido a carvoaria do Chico, conhecido por Chicarvão.

O que por ali havia era uma bica para cavalos e é uma pena que não tenham reposto a bica, com as cavalgaduras que andam por aí talvez fossem úteis, ainda que agora tudo quanto é quadrúpede de duas patas prefira do Sem Espinhas dos adolescentes de quarenta anos.

O Largo da Forca é apenas um espaço onde se reúne a oposição virtual ao estado a que a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. Aqui ninguém se deixa calar, ninguém se cala a troco de subsídios para a família, ninguém é administrador de empresas fantasmas, ninguém sofre de cataratas, ninguém é empregado camarário, ninguém vende votos nem almoça à borla em dia de eleições.


Aqui é-se livre, pensa-se livre. Aqui critica-se, aqui defende-se, aqui recorda-se, aqui projeta-se o futuro.