Agora que passou de vice a presidente da Câmara Municipal de
Santo António o que vai fazer a São, vai continuar a ser uma vice de Luís Gomes
ou tentará afirmar-se afastando-se do seu progenitor político?
Não vai ter um mandato fácil, com uma câmara falida de cuja situação
financeira foi corresponsável ou continua presa aos compromissos que assumiu no
passado ou tentará afirmar-se demarcando-se do seu antecessor, agora em situação
de desemprego.
Um capítulo que merece especial atenção são os negócios
estranhos com o regime cubano, se a São continuar a transformar Vila Real de
Santo António num protetorado de Cuba o Luís Gomes poderá continuar a apresentar-se
em Havana como dono da situação. Mas se a autarquia reduzir as relações com
Cuba aos mínimos contratuais o ex-presidente poderá vir a ser abandonado por
Cuba e pelos cubanos, é caso para dizer que ficará a cantar sozinho.
A obra que deixou em Vila Real de Santo António e as suas
relações estranhas com outros meios políticos torna Luís Gomes demasiado tóxico
para a futura liderança do PSD, isso significa que o ex-autarca, agora músico
nas horas livres, arrisca-se a perder o lugar e o que se passou em Castro
Marim, onde teve um papel importante, não faz prever nada de bom. Luís Gomes
pode comer do mesmo pão que amassou e depois enfiou pela boca do Estevens. Uma
dúvida que está no ar é se a São lhe vai dar a presidência da SGU.
É muito duvidoso que a atual presidente deseje que Luís
Gomes ande por aí durante quatro anos, esperando a devolução do lugar. Até
porque a agora presidente precisa de se demarcar do passado e de muitos
negócios duvidosos.
Em casa onde não há pão e com tantos negócios a pedir
esclarecimento a atual presidente vai ter uma vida difícil, vai precisar de
consolidar o seu lugar de presidente e esperar que o agora seu vice não esteja
à espera de um tropeção para no fim tanto a São como o Luís ficarem a ver os
navios a passar ou a imaginar pois há muitos anos que não entra um navio na
barra do Guadiana.