Dizem as más línguas que este ano a cotação dos votos subiu animada pela notação dada à dívida portuguesa pela S&P, ao que parece cada voto, independentemente do peso, do leitor tinha um preço único de 100€, isto é, um único voto dá para ir ali à praça comprar dez quilos de estupeta de atum.
Como o preço dos votos é como a cotações das safiras nalguns mercados africanos ou como o ouro em pós da Amazónia, não há quem publique as cotações, é bom sabermos a quantas andamos. Assim nas próximas eleições já sabemos quanto devemos exigir por cada voto, 100 € mais o aumento do custo de vida, que tanto pode ser determinado pela taxa de inflação como pode ser indexado ao preço da muxama, isto para quem compre mais muxama e menos bifes.
Daqui a dois anos este valor pode vir a subir, para além do aumento dos preços há que avaliar bem o desespero dos que precisam de ganhar. Se a dívida do concelho aumentar vertiginosamente, como tem sucedido até aqui pode pedir-se mais algum. Quem souber regatear até pode negociar eleição a eleição, tanto para o voto na junta, outro tanto para a assembleia municipal e mais algum por conta do voto no presidente ou presidenta. Tudo bem contado em notas de dez euros e fechadinho num envelope que fica por conta do comprador.
Quem paga? Não se preocupem, o que há mais por aí são sacos azuis por conta de futuros e apesar de todas as leis de branqueamento de capital o que menos faltam são sacos de plástico.
Não se deixem enganar, quando alguém quiser comprar o seu voto não exija menos do que dez quilos de estupeta.