RELIGIÃO OU OPORTUNISMO POLÍTICO?



Desde o tempo em que o seminarista de Santa Comba Dão, amigo de seminário do Cardeal Cerejeira, que nunca se viu tanta confusão entre política e religião, como o que se tem assistido em Vila Real de Santo António, com o seminarista de Viana e a sua antiga funcionária do Centro de Emprego.
Mas, se no tempo de Salazar a convicção religiosa se confundia com a ideologia do Estado, com o Estado Novo a afirmar-se pela trilogia “Deus, Pátria e Família”, em VRSA estamos pura e simplesmente perante a utilização abusiva dos sentimentos religiosos para através do envolvimento religioso de um político pouco escrupuloso, se manipular as simpatias eleitorais dos crentes mais incautos e ignorantes.
Se dantes o regime confundia política com religião, na democracia portuguesa esta mistura é inaceitável e os partidos estão mesmo proibidos de recorrer à religião pra fazer política. No caso particular de VRSA nem mesmo antes do 25 de abril se assistiu a esta mistura entre política e religião, o atual autarca teria muito a aprender com o último presidente da CM do regime deposto naquela data. A dignidade no exercício das funções deu lugar a uma verdadeira campanha de culto da personalidade, a presença discreta nas cerimónias religiosas deu lugar a uma presença oportunista na primeira fila e com direito a sucessivos discursos, a seriedade deu lugar a uma forma de fazer política n base da propaganda.
Esta postura começa a ser enjoativa e estranha-se que os responsáveis regionais e nacionais do OS, já que os locais preferem o oportunismo de empregar a família na CM, não chamem o autarca à pedra, dizendo-lhe que a sua utilização da religião na política e o seu protagonismo exagerado nas cerimónias religiosas são mais próprias de um político de extrema-direita do que de um autarca de um partido com a postura digna do PS.