Se o desenvolvimento de um concelho se medisse pelo número de posts com as fotografias do presidente da CM ou em minis vendidas em festas de qualidade duvidosa, o senhor presidente seria o melhor autarca do país.
Temos o presidente da CM que coloca mais vídeos de autoelogio que já alguma vez se viu no Algarve, que exibe mais fotografia suas e de familiares que já alguma vez se viu. È o senhor presidente a entrar no carro, sentado e nas mais diversas cerimónias, a dançar, a supervisionar uma equipa de trabalhadores a tapar um buraquinho numa estrada, a sair de casa com a esposa, a passear com a esposa nos mais diversos locais. Tudo serve de oportunidade para tirar fotografias ao senhor presidente.
Só que a competência de um autarca e a competência na gestão de uma CM não se mede desta forma. Podem servir para alimentar o ego de alguém que gosta de promover a sua imagem, não servem de indicadores de desenvolvimento económico social.
2022 regista o pior desempenho autárquico dos últimos cinco anos, isto para avaliarmos anos em que os constrangimentos financeiros eram os mesmos. A verdade é que em 2021 ainda vimos obra feita, pouca mas mais do que a que vimos em 2022, ano em que ainda tivemos a oportunidade de ver uma obra de manutenção do passadiço de Monte Gordo, uma rotunda construída com recursos camarários, a reparação do repuxo da Av. da República e a renovação do piso da Rua Teófilo Braga.
Em matéria de obras da responsabilidade da CM o senhor presidente apenas tapou um buraco com um balde de betume, numa estrada municipal, na freguesia de Vila Nova de Cacela. Vimos muitas promessas, onde não faltou uma cidade dos pombos em Monte Gordo, mas quanto a obra não vimos nada. Vimos muitas fotografias do senhor presidente a fazer promessas, vídeos com balelas redigidas pelo Xolim, mas quanto a obra digna de nota foi um zero absoluto.
Mas se o senhor presidente se tivesse limitado a fazer dezenas de vídeos e a tirar centenas de fotografias já seria bom. Mas o balanço é bem mais negativo, já que o senhor presidente não só fez nada ou quase nada, o seu desempenho foi mesmo negativo. Um bom exemplo aconteceu com a cobertura da Escola EB 2/3 D. José I.
A meteorologia anunciou com antecedência a ocorrência de chuvas fortes, o Responsável da Proteção Civil colocou o aviso no Facebook da CM e até tirou fotos desde a sua casa, situada ao lado daquela escola. A CM aproveitou a oportunidade para limpar algumas sarjetas e tirou fotos a dar ares de que era um homem prevenido. Mas nada fez para impedir a inundação na escola.
E enquanto via se os seus posts no Fcaebook tinha muitos likes a escola foi destruída pelas chuvas, sem que a CM nada tenha feito para limitar a destruição. Foi necessário o LdF denunciar a situação para que o senhor presidente desse “corda aos sapatos”. Nada resolveu, a promessa de reabertura da escola no início do ano foi mais uma das suas mentiras e, como se nada disto bastasse, realizou uma obra ao estilho do mais idiota dos simplexes, primeiro fez a obra e muito depois é que lançou um concurso que cheirou a falso.
Este desprezo pelos problemas e uma total incapacidade de prevenção voltou a verificar-se com as duas cheiras que Monte Gordo sofreu no final do ano, com a CM a deixar a vila de Monte Gordo ao abandono, não tomando quaisquer medidas para que as bombas elevatórias desempenhassem a sua função. E o senhor presidente mais o seu bandeado da Proteção Civil nem foram vistos nesses dias.
Ouvimos muitas acusações aos autarcas anteriores de que tinham uma equipa para tratar da imagem, mas o senhor presidente não só manteve toda a equipa como a reforçou com um Xolim para redigir discursos e produzir vídeos, um fotógrafo privativo, um jornalista e o ano não acabava sem que se tenha reforçado a equipa com a filha de uma vereadora.
No tempo da São Cabrita o Facebook da CM colocava uma foto da autarca de vez em quando, passavam-se semanas em que nem sequer aparecia uma foto da autarca, que não manteve ativa qualquer página de campanha e raramente colocava um post no seu Facebook pessoal.
Agora o senhor presidente tem três páginas para se gabar, chega a colocar mais de três posts por dia, manda convites aos cidadãos para seguirem a sua página de campanha. A São fazia alguns vídeos a falar da terra e algumas vezes aparecia por breves momentos, com o senhor presidente tivemos de engolir centenas de posts de autoelogio, dezenas de vídeos e centenas de fotografias onde só ele aparece.
Sobre este tema teremos a oportunidade de voltar, o mesmo sucedendo com outros dossiers, como é o caso da promessa de casas, dos prometidos e supostamente protocolados 100 milhões de investimento e o tão propagandeado negócio dos prédios de renda controlada, que mereceram mais propaganda pelo negócio feito agora, do que mereceram quando foram construídos.
2022 foi um ano negro para a gestão do Município, assistimos a um despesismo descontrolado em festas e festarolas para promover a imagem do autarca, que não perde a oportunidade para produzir dezenas de posts, como se as suas festas pimba. Fossem um grande progresso para o concelho. O negócio da cobertura da escola é um a demonstração da falta de transparência na gestão da coisa pública. A famosa auditoria, de que ainda não nos esquecemos, foi uma manobra de política de higiene muito questionável, a tentativa de plantar notícias em jornais para perseguir adversários políticos ou a tentativa de eliminar a oposição recorrendo a uma verdadeira vaga de bandeados, qual deles o mais incompetente, a colocação de um rebanho de amigos e familiares na CM, com uma família de um oportunista a empregar quase todos os membros da família em lugares na CM e na JF.
E quanto à resma de promessas eleitorais feitas durante a campanha, desde os projetos hilariantes dos autocarros elétricos para os Balurcos aos paquetes no Guadiana, passando pelo grandioso pavilhão multiusos em Monte Gordo, sabemos hoje que não passaram de tretas, da mesma forma que muitas das promessas feitas a titulo pessoal muitos eleitores, não passaram de uma forma de fazer política muito duvidosa e pouco compatível com os valores de partidos democráticos.
Da mesma forma que analisaremos o negócio imobiliário e a promessa de 100 milhões para casas ou a auditoria setubaliana, voltaremos a este tempo a seu tempo, já que acreditamos que até ao fim do mandato ainda poderemos ir de autocarro elétrico para os Balurcos, até porque na página fascista de apoio à candidatura do senhor presidente, foi-nos garantido que havia fundos europeus disponíveis para esse investimento. Mesmo com a saída do “amigo” Pedro do Governo, pode ser que com o especialista montegordino em fundos europeus e as grandes influências do senhor presidente, o dinheiro vai aparecer.
Por falar em promessas, recordamo-nos de terem dito que já havia um grupo de peritos a estudar a dívida, garantindo-se que iriam reunir com os autarcas de Portimão, onde terão reduzido a dívida em pouco tempo. Será que o dinheiro esbanjado em festas e a contratação de tantos amigos e familiares terão sido conselhos ouvidos no Município amigo do Barlavento.
Por fim, registamos que a CM do senhor presidente teve pelos menos duas baixas de chefias competentes, que detinham pelouros em áreas sensíveis como o urbanismo e as finanças. A pessoa que iria gerir as finanças saiu ao fim do mês, a chefe de divisão do urbanismo, tida por pessoa competente, já se foi embora, e a responsável pelos assuntos sociais e mandatária da campanha do senhor presidente só não terá fugido porque no serviço de saúde lhe terão dito que quem vai ao mar perde o lugar. O que terá o senhor presidente para tantas mulheres competentes terem saído ou tentado sair?
Há muito para analisar na gestão do senhor presidente, mas reconhecemos o direito ao autarca para um prolongado período de graças e com tanta tv local a entrevistá-lo e reuniões com jornalistas preferimos que continue a ter boa imprensa.
Como a São Cabrita representava tudo o que de mau e incompetente havia na gestão do Município, o nosso próximo post servirá para comprara a incompetência da São Cabrita com a competência do Álvaro Araújo.