“Este último ano, amortizámos seis milhões de euros sem recorrer a receitas extraordinárias, só com a receita corrente. Amortizámos mais três milhões de euros de dívida comercial. Juntando os três milhões de euros das amortizações regulares que somos obrigados a fazer, são 12 milhões de euros. Estamos a falar da maior redução de passivo que alguma vez foi feita neste município, em tão pouco tempo. Obtivemos a maior receita corrente, de sempre, no valor de 32 milhões de euros em 2022. Por isso estamos perante a dívida total mais baixa desde 2012, que é de 113 milhões de euros.”
Façamos as contas, ignorando se todas as verbas podem ser consideradas reduções da dívida de 160 milhões: uma amortização de 6 milões em 2022 + 3 milhões de amortizações + 3 milhões de amortizações regulares = “são 12 milhões”.
Isso mesmo, ignorando que se mistura redução da dívida com pagamentos “regulares” que obviamente não faziam parte da dívida, obtemos 12 milhões, nas palavras do nosso senhor presidente.
Façamos agora outra conta usando as mesmas palavras do nosso senhor presidente: “
“São 160 milhões de dívida” [entrevista à TV Arenilha no fim do primeiro ano de mandato] – “12 milhões” [a amortização de dívida neste ano e meio segundo o nosso presidente na entrevista] = 148 milhões.
Bem, feitas as contas pela nossa aritmética a dívida está nos 148 milhões. Então como é que o nosso senhor presidente chegou aos 113 milhões? Bem, como referiu que as receitas do Município em 2022 foram de 32 milhões, ficamos com a impressão de que subtraiu este montante à dívida, o que daria uma dívida final de 116 milhões. Enfim, o nosso senhor presidente que é mais dado a poses fotográficas do que a fazer contas baralhou-se e em vez de duas verbas referidas de 3 milões, tirou mais três milhões. Um pequeno erro perdoável no meio de tão grande ilusionismo de feira, ao estilho dos antigos “vaga milhões” da Feira da Praia.
Isto é um verdadeiro milagre, se o novo PAM aprovado pelo Tribunal de Contas, sem ter impedido a execução da dívida do BCP que terá posto em risco o património do Município, depois de tantas festas, foguetórios, emprego para amigos e família e compra de bandeados a preço de saldo, o nosso senhor presidente, num escasso ano e meio conseguiu reduzir a dívida em nada mais nada menos do que 47 milhões de euros.
Isto corresponde a um ano e meio de receitas totais do Município, a 150 da capacidade de endividamento que a lei permite ao Município! Isso significa que a este ritmo a dívida de que há seis meses o nosso senhor presidente dizia ser incobrável, não só vai ser paga, como nas próximas eleições o Município poderá ter pago a totalidade da dívida?
Milagre financeiro? Não, a isto chama-se um político sem quaisquer escrúpulos.
Então o que leva o nosso senhor presidente a usar todos os seus dentinhos para inventar uma redução de dívida de mais de 40 milhões? Ele sabe muito bem a razão de estar a inventar esta falsa almofada financeira, é. porque sem dar explicações a ninguém se está preparando para acrescentar á dívida que ele diz que é incobrável, isto é, que o Município nunca poderá pagar, mais 40 milhões, isto é, muito mais do eu o limite do tal “cartão VISA” para usar o termo feliz do responsável da TV Arenilha.
E o mais grave é que ainda não disse a ninguém, sem a autorização do FAM, ainda não pediu a aprovação dos órgãos da Autarquia nem sequer pediu um visto do tribunal e Contas. Deve estar convencido que com a sua aritmética ilusionista vai enganar tudo e todos.
Um aluno de VRSA perguntou certo dia ao seu professor de espanhol como se diz “caneta em espanhol, ao que este sabiamente respondeu “c a n e t a”. Não sabemos se o tal professor de espanhol já sabe do outro lado do Guadiana se diz “bolígrafo”. De uma coisa temos a certeza, se o tal senhor que divulga dez fotografias suas por dia, que tem um assessor de imprensa que ganha mais do que um ministro e se faz acompanhar a todo o lado de um fotógrafo privativo, se fosse obrigado a fazer o exame da quarta classe para ter a carta de condução ainda hoje andaria a pé.
Afinal, o milagre financeiro do moço de Viana é deve ser obra da oliveirinha, é mais coisa da Santinha da Ladeira.
________________________________________________
Entrevista à TV Arenilha alusiva ao 1.º mandato:
“Tem ideia de quanto é o limite de endividamento do Município de VRSA, isto é, qual é o valor máximo que está permitido por lei que o Município de RSA se pode endividar? [Eusébio: “digamos que é o plafond do cartão de crédito]. Exatamente, o plafond do cartão de crédito do Município de VRSA são 32 milhões de euros, até 32 milhões de euros o Município podia ter ido
“São 160 milhões de dívida e 180 milhões de passivo”.
“VRSA tem uma dívida incobrável”