MÃO AMIGA: RELAÇÕES DUVIDOSAS


A Mão Amiga foi fundamental para lançar A São Cabrita na candidatura à CM. O triângulo entre a São Cabrita, o saco azul da então presidente da CM gerido pelo empresário Paulo Calvinho e as IPSS (o que significa Mão Amiga) foi investigado no âmbito da operação Triângulo, como foi notícia na Revista Sábado.

Para a história política de VRSA ficaram os famosos envelopes com dinheiro da Câmara Municipal distribuídos generosamente pela Mão Amiga em ano eleitoral.


Após a eleição do Araújo o Rui Setúbal realizou aquilo a que designou por auditoria, mas que de auditoria nada teve, já que se limitou a vasculhar arquivos em busca de processos que pudessem ser usados para tramar os antecessores. A dúvida que se coloca é o motivo por que o Rui Setúbal ignorou este processo onde os indícios de irregularidades graves?

O assunto foi aqui tratado em post do dia 22 de abril de 2021 e foi o próprio Rui Setúbal que nos deu dicas sobre o caso dos envelopes em dinheiro. Então porque a falsa auditoria que ele próprio assinou e cujos resultados foram plantados nalguma comunicação social foram ignorados, porque não investigou este processo?


A resposta é óbvia, pelo envolvimento do PS de Álvaro Araújo e do próprio Álvaro Araújo na gestão da Mão Amiga. O apoio à líder da Mão amiga por parte do Álvaro Araújo era total como consta nas atas daquela instituição. Aliás, quando tentou ser candidato a presidente da CM nas eleições ganhas pela São Cabrita o próprio Araújo chegou a escolher a líder da Mão Amiga para seu número dois, ao mesmo tempo que a própria São Cabrita esteve na casa dos Araújos para os convidar para a apoiarem na candidatura.

Será que estas relações levaram o Rui Setúbal a ignorar este negócio para proteger o seu presidente?
Aqui fica o post que colocámos em 22 de abril de 2021

 


MÃO AMIGA: 350.000 EM DONATIVOS MONETÁRIOS (2017)

No relatório contas de 2018 da Mão Amiga sobressai no quadro de demonstração de resultados um número muito estranho: "outros gastos e perdas" no montante de 359.798€, demasiado dinheiro para esta rubrica reservada para gastos residuais. Fomos investigar melhor e damos com um gráfico que nos sugere uma grande coincidência, o dos apoios pecuniários.

O relatório explica que a Mão Amiga “apoia pecuniariamente famílias desfavorecidas que têm encargos aos quais não conseguem fazer face.". E acrescenta que "para isso, conta com o apoio da Câmara Municipal". O que não explica é qual a calamidade que terá ocorrido em 2017, já que esses apoios pecuniários passaram para o dobro em ano eleitoral.

Já muito se falou de envelopes e todos sabemos da generosidade com a então vereadora e vice-presidente era generosa para com quem ia à CM pedir ajuda. Ou dos envelopes que seria distribuídos durante a campanha que elegeu a autarca caída em desgraça e o agora presidente da autarquia Luís Romão, que ao que nos contam já está a dar uma “facadinha” ao partido que o elegeu.

As IPSS não estão dispensadas de dar explicações públicas, o seu estatuto não é o de empresas privadas, já que esse estatuto confere a estas associações privilégios de diversos tipo, para além do acesso aos apoios do Estado contam ainda com grandes benefícios fiscais. É por isso que as IPSS são tuteladas pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e nos termos do artigo 34.º do Decreto-Lei n.º 172-A/2014, de 14 de Novembro:

O Estado, através dos seus órgãos e serviços competentes, nos termos da lei geral, exerce os poderes de inspeção, auditoria e fiscalização sobre as instituições incluídas no âmbito de aplicação do presente Estatuto, podendo para o efeito ordenar a realização de inquéritos, sindicâncias e inspeções.

O Estado, através de uma autarquia, não pode entregar mais de 350 mil euros a uma IPSS, que depois são distribuídos sob a forma de donativos monetários em ano de eleições, sem haver qualquer escrutínio. Quem recebeu, com base em que avaliações, quanto se deu, que processos existem em relação a estes donativos?

Também é do conhecimento público as queixas de atrasos no pagamento a trabalhadores subsidiados pelo IEFP, sem que tenhamos conhecimento de qualquer inquérito. É por isso que questionamos se é eticamente aceitável que o responsável local do IEFP tenha qualquer posição dentro da Mão Amiga. A militância pró Lídia Machado do responsável local do IEF chegou ao ponto de dizendo que a “missão da instituição “Mão Amiga” é solidariedade social, não havendo, portanto, lugar a assuntos de cariz partidário e que todos devem estar unidos nesta obra benfazeja”.

Para quando uma auditoria à Mão Amiga e às relações entre esta e a CM por um lado e o IEFP por outro? Sem o apoio da Mão Amiga e do IEFP dificilmente a São Cabrita teria chegado a presidente da CM.

PS 1: Ontem, cerca das 15 horas o marido da presidente da Mão Amiga estava debruçado na janela do distinto funcionário João Faustino. Será que estava a entregar algum cabaz alimentar da Mão Amiga?