A imagem foi durante alguns tempos a foto de capa o Facebook
de um tal Nuno Mob, que com a Célia Paz e o Rui Setúbal eram a tropa de choque
de lançamento da candidatura do Araújo. O Nuno Mob, um rapaz ambicioso que
poucos conhecem acabou por se retirar, não tendo levado qualquer tacho, apesar
de em determinada altura se ter gabado de ir ser o número dois da lista do
Araújo.
Este Mob fez o que muitos ambiciosos fazem, entrou para a
loja maçónica loca, a Loja Manuel Cabanas e graças a ele ficámos a saber
algumas coisas. Por exemplo, soubemos em primeira mão quando o Luí Romão foi
escolhido para a dirigir.
Vem isto a propósito da Operação Triângulo e da notícia da
última revista Sábado, onde se percebeu que a designação Triângulo tinha que
ver com o envolvimento de vários membros da Maçonaria local e nacional AO mesmo
tempo estava em causa um triângulo de relacionamentos que na opinião das
autoridades visava beneficiar de um negócio corrupto.
Mas este não é o único triângulo ou a única triangulação na
vida política local. Uma triangulação importante na luta política local, que
nada tinha de maçónico resultava das relações entre o Araújo, a São Cabrita e
Lídia Machado, em torno da Mão Amiga.
Foi uma triangulação fundamental para que a São Cabrita
tivesse ganho as eleições. A primeira vez que ouvimos falar da distribuição de
envelopes com dinheiro foi da boca do Rui Setúbal, que apresentava esta
operação como de compra de votos.
O que não nos foi dito na ocasião é que um dos responsáveis
da Mão Amiga era o Araújo, apesar de tal envolvimento ser eticamente
incompatível com o cargo que desempenhava no IEFP. Mas sobre este negócio
no qual a CM financiou com mais de 400 mil euros voltaremos em breve.
Outra triangulação interessante era a que havia entre o
empresário Paulo Calvinho e a São Cabrita, descrita no referido artigo da
revista Sábado. Dirão que falta um vértice deste triângulo e têm razão. Embora
desfasado no tempo constata-se que apesar de tudo o que sucedeu o empresário
Paulo Calvinho voltou a beneficiar de várias adjudicações diretas. Se de acordo
com a revista Sábado os negócios com a CM envolviam corrupção, funcionando como
um saco azul da São Cabrita, é natural que todos nos perguntemos se agora tudo
é transparente e bem intencionado.
O triângulo formado pela São, pelo Araújo e pela Lídia tem
algo de curioso. Antes das eleições ganhas pela São ao Murta a São chegou a ir
a casa do Araújo distribuir convites à família para participar na sua lista
como número dois. Mas nesse tempo o Araújo tentou ser candidato em vez do Murta
e também tinha a sua lista onde a escolha para vice-presidente era a Lídia. A
mesma Lídia que chegou a constar como futura número dois do Araújo nas últimas
eleições, mas com a detenção da São o tema desapareceu.
Voltando ao Triângulo maçónico que deu lugar à operação, o
vértice local era o Faustino, que começou por construtor civil arruinado,
chegou a ser artista de cinema no tempo do Luís Gomes e depois apareceu como
braço direito da São Cabrita, com as consequências que conhecemos.
Curiosamente o seu maior admirador era o Rui Setúbal e
consta que antes da detenção andava muito próximo da candidatura do Álvaro
Araújo, o que não admira, o rapaz da mochilinha considerava-o um verdadeiro
Deus da política e cheio de poderes ocultos, que esperamos que os use agora que
bem precisa deles.
Sobre estas triangulações iremos dedicar alguns posts nos
próximos dias, já que a aproximação o Araújo aos Cabritas, o reaparecimento do
empresário Paulo Calvinho na CM e a publicação da revista Sábado tornaram o
assunto muito atual.
PS: A Maçonaria é uma instituição com uma longa história a
que a fundação de VRSA não está alheia, já que é uma vila com uma grande carga “maçónica”.
Não partilhamos das críticas que lhe são dirigidas, ainda que como vimos agora
em VRSA alguns dos seus membros têm usado a sua discrição e relacionamentos
para obter benefícios indevidos.