DISCUTIR O ESTACIONAMEENTO PAGO COM SERIEDADE




O estacionamento pago deve ser discutido com seriedade mas, infelizmente, gente incompetente, irresponsável e mentirosa optou por lançar uma operação de promoção do executivo camarário noticiando uma mentira manipuladora, lançando confusão. Não admira, o senhor presidente na entrevista de campanha à Rádio Guadiana informou que tinha um grupo de técnicos a estudar o contrato e garantia que tinha medidas preparadas.

Passou um ano e não vimos conclusões do grupo de grandes especialistas (não sabemos se o especialista era o Setúbal ou o polícia que andava a ameaçar as pessoas), em vez disso anunciaram o fim do estacionamento pago, para depois darem o dito.

Curiosamente o senhor presidente não só fez um mortal á retaguarda, esqueceu-se de deixar de cobrar o estacionamento fora da área de concessão da ESSE e como se o cinismo fosse pouco, colocou a roda gigante do amigo, de forma abusiva e irresponsável num parque de estacionamento onde nada se cobrava.

RECORDEMOS

É bom recordar que a última alteração do contrato com a ESSE terá resultado de uma reflexão que na altura foi anunciado como uma reflexão de empresários, quando na verdade um único empresário esteve envolvido. Curiosamente um senhor especializado em bandear-se, que nas últimas eleições apareceu como um militante do Araújo (será que também vai confecionar o bolo de aniversário do Araújo?), que se apressou a divulgar a grande medida, para no dia seguinte veio defender o estacionamento pago nas ruas que dão jeito para os seus potenciais clientes estacionarem.

Dessa alteração que teve a chancela do senhor bandeado, os vila-realenses foram fortemente penalizados, com as pessoas a poderem beneficiar da isenção da taxa de estacionamento apenas na rua da residência.

A CM PODE PRESCINDIR DA TAXA DE ESTACIONAMENTO?

Nos termos do acordo com o FAM essa taxa não só tem de ser cobrada, como a receita líquida deve atingir um determinado montante. Isto é, para prescindir dessa receita a CM teria de fazer poupanças, o que não seria impossível. Mas a verdade é que depois de ter abusado na criação de empregos para familiares e amigos inúteis o senhor presidente não pode contratar gente para cuidar dos espaços verdes ou para tapar buracos nas ruas.

Além disso, o senhor presidente prefere gastar fortunas em festas e festarolas do que poupar para eliminar a taxa de estacionamento. Quem comprou fogo de artifício em plena pandemia ou quem enche um restaurante no Passadiço para encher a mula aos amigo do rancho da terra, que veio cá para mostrar que o antigo seminarista aprendeu a dar uns passos de dança, ao mesmo tempo que o chefe do rancho fez um comício de apoio ao seu conterrâneo, não pode prescindir da receita.

O senhor presidente gastou num ano em festas e festarolas de promoção da sua imagem pessoal, aproveitando as ocasiões para se fazer fotografar e empanturrar o Facebook com a promoção pornográfica do seu culto da personalidade, qualquer coisa como o triplo das receitas a que o acordo com o FAM obriga a CM a conseguir.

Se cortassem nas despesas de promoção da imagem do senhor presidente dava e sobrava para cobrir as receitas do estacionamento. Mas a opção do senhor presidente foi outra.

Mas, a eliminação da taxa de estacionamento, que o senhor presidente acabou por esquecer, depois de ter mentido aos vila-realenses não dispensava uma negociação com a empresa concessionária, já que existe um contrato.

FAZ SENTIDO COBRAR UMA TAXA DE ESTACIONAMENTO?

Com ou sem dificuldades de estacionamento é óbvio que nalgumas zonas do concelho as taxas de estacionamento devem ser cobradas, sob pena de se asfixiar a atividade económica do concelho. Se, por exemplo, nos parques de Monte Gordo não for cobrada qualquer taxa, estes parques serão ocupados pelos turistas, estacionamento mos carros no primeiro dia de férias e saindo apenas no dia da partida.

Isto significa que o comércio que depende de visitantes, como os restaurantes do Passadiço ou de quase toda a vila de Monte Gordo, ficaria fortemente penalizado. É óbvio que os turistas que chegam ao concelho, na maior parte dos casos de baixo padrão de consumo, impediriam a visita de turistas ocasionais, sejam os visitantes espanhóis que procuram o comércio da se do concelho ou os que visitam o concelho para conhecerem a nossa gastronomia.

O que não faz sentido é que alguém que resida em ruas sem estacionamento não possa estacionar nas imediações das suas residências ou que quem saia de casa corra o risco de não voltar a ter lugar para estacionamento na rua onde reside, sendo obrigado a pagar estacionamento na sua própria terra e não raras vezes a meia dúzia de metros da sua casa.

O QUE FAZER

Se não é possível acabar com o estacionamento pago a curto prazo, impõe-se uma mudança das regras, tendo em vista conciliar três objetivo: proteger o interesse dos vila-realenses, assegurar receitas que gerem recursos para a CM assegurando a cobertura dos custos de cobrança e assegurar que o concelho não fique fechado para quem queira visitar o seu comércio.

Quem visita VRSA para ir a um restaurante ou fazer compras tem de poder aceder aos locais, tendo a certeza de que encontra onde estacionar as viaturas, já que o único transporte destes visitantes são as viaturas pessoais.

É preciso alterar as regras gerando mais receitas nos parques onde faz sentido cobrar para assegurar a fluidez do tráfego rodoviário, impedindo o isolamento do concelho, por ser impossível estacionar. Isto passa por criar parques para visitantes, assegurar que as zonas privilegiadas não sejam literalmente ocupadas a custo zero por turistas e por criar informação para quem pretende visitar o concelho.

CONCLUSÃO

Infelizmente o senhor presidente já mostrou ser parco em recursos técnicos e em competência, para além de estar mais preocupado em transformar o mandato de quatro anos numa campanha eleitoral sem adversários, usando os poucos recursos da autarquia para melhorar a sua imagem, tentando eternizar-se no poder, mesmo sem fazer nada de jeito, além de protocolos, promessas, pequenas vinganças, “compra” de eleitos por outras listas e vídeos de promoção pessoal.

Não se pode separar muito de quem em vez de trabalhadores contrata artistas para tirarem fotografias, elaborarem posts no Facebook e escrever os seus discursos. Os vila-realenses estão a pagar a taxa de estacionamento para “financiar” a campanha do senhor presidente e é por isso que duvidamos que mude alguma coisa, para além das moscas varejeiras que se instalaram no pote camarário.

Ao fim do ano nada mudou nas ruas do concelho, para além do aparecimento de centenas de buracos, da ocupação de um parque de estacionamento gratuito pela roda do “amigo” e do aumento desordenado em locais como são os acessos às praias.