OS ERROS DOS CANDIDATOS DOS INTERESSES




O primeiro objetivo de qualquer campanha eleitoral é não cometer erros, a poucos dias das eleições dificilmente se inverterão as tendências eleitorais, a não ser que se cometam erros muito graves, o que sucedeu mais de uma vez em VRSA.

O candidato do PSD tenta manter o poder, enquanto o do PS tenta sobreviver, pelo menos como responsável pelo IEFP. A luta desesperada levou ambos a errar.

O primeiro erro dos dois partidos dos interesses foi a quantidade de dinheiro que gastaram.

Qualquer pessoa estranha que num concelho onde a CM está arruinada os partidos gastem verdadeiras fortunas em outdoors. Como se explica que em Lisboa seja raro ver um outdoor do PSD ou do OS e em VRSA surjam por todos os campos, com o candidato do PS a colocar outdoors em todos os locais onde existe espaço para isso? De onde veio tanto dinheiro?

Quanto à mensagem pode dizer-se que o do PSD cometeu um grande erro com o lema “foi o Luís que fez”, um lema que acabou por gerar uma infinidade de anedotas, levando o candidato a abandoná-lo rapidamente. A mensagem do PS acabou por não ser muito melhor, o eu os seus outdoors faziam passar a mensagem “o Araújo é muito bonito”.

Ambos os candidatos usaram a família, mas no caso do Araújo isso chegou a um nível quase doentio. Assistimos a uma verdadeira luta pelos likes, com o Araújo convencido de que likes significariam votos. Daí a usar toda a família, incluindo o cão da cunhada, foi um pequeno passo. O mais grave esteve na utilização da religião e, pior ainda, da imagem da filha.

Em relação à estratégia de campanha ambos tentaram imitar a candidatura independente e usaram testemunhos. O problema é que do lado do Luís apareciam famílias inteiras, enquanto o Araújo em plena campanha apresentou testemunhos de candidatos, só faltou um testemunho do Araújo a falar bem do Araújo. Neste capítulo o testemunho da mulher foi uma verdadeira anedota, que o marido quando vai para a cama conta-lhe as boas ações que fez durante o dia. Enfim, grande Araújo!

Quanto a erros graves os maiores foram do Araújo, o medo de uma derrota em Monte Gordo, onde enfrenta o PSD e o candidato independente, levou o candidato de Viana a passar a maior parte da campanha em Monte Gordo, onde contava com o apoio do seu candidato Karussa e do cunhado.

Foi o seu homem de Monte Gordo a chamar panasca ao candidato do PSD e a fazer promessas imbecis que acabou por destruir a credibilidade de um Araújo que foi incapaz de resolver a situação, já que foi o grande incentivador dos ataques de terceiros aos adversários, enquanto passava a imagem de bonzinho, isto é, de sonso.

Mas a escolha do candidato homofóbico não foi a única errada. Escolher um ex-militante do PCP para exibi-lo como arma secreta para conseguir investidores, quando está colocado numa posição não elegível foi outro erro de casting. Mas o pior foi inventar um acordo com um partido defunto para ceder um emprego à filha do Setúbal, o verdadeiro candidato a DDT de VRSA.

Pelo caminho foram cometidos erros muito garves que terão conseuências eleitorais. Foi o caso do oportunismo do Araújo com os incêndios, sabendo-se depois que parte da palha que ofereceu a uma vítima dos incêndios era palha podre. Enfim...

Enfim, dois candidatos desastrosos.