UM NEGÓCIO MUITO ESTRANHO



A ECOAMBIENTE teve a seu cargo a limpeza do concelo porque ganhou um concurso público apresentando uma proposta mais vantajosa. Só que a empresa decidiu romper o contrato, despediu todos os trabalhadores e fechou a porta.

O “Senhor Presidente”, já com pleno conhecimento dos dossiers reagiu assegurando que ia defender que a empresa cumprisse o contrato porque este era vantajoso para o Município.

Três meses depois o “Senhor Presidente” acorda um “ajustamento” do contrato em que os interesses do Município parecem ter sido ignorados em favor dos interesses da empresa.

A ex-presidente da CM chegou a anunciar penalizações à empresa por incumprimentos contratuais. Acontece que essas penalizações foram ignoradas e não se leu nenhum relatório de serviços de fiscalização da CM justificando tal mudança.

A empresa leva mais 20.000 euros mensais do que tinha pedido pelo serviço e ainda tem como bónus algo que não estava previsto na proposta que fez, que os preços estejam indexados a variações salariais e dos preços dos combustíveis.

Durante a campanha, o grandioso Xolim terá escrito o discurso da esposa do “Senhor Presidente” para a cerimónia de apresentação dos candidatos do moço de Viana. Assegurava a senhora, que quando o marido ia para o leito noturno lhe dizia as boas ações que tinha feito durante um dia. Imaginamos o “Senhor Presidente” a a contar à esposa:

“Imagina a grande boa ação que fiz hoje, os pobres donos da ECOAMBIENTE ganharam um concurso, mas como querem ganhar mais dinheiro fiquei tão condoído que lhes dei tudo e mais alguma coisa e até nem exigi que fossem a concurso, vê lá como eu sou bondoso e me preocupo com as pessoas....”

Parece que a ECOAMBIENTE tem mais. sorte do que o pastor vítima dos incêndios, aquele levou palha podre, a ECOAMBIENTE leva muitos milhares e a certeza de que sem qualquer concurso o negócio em VRSA será sempre lucrativo. Com tanta generosidade o nosso autarca tem lugar reservado no Céu, mesmo que deixe de regar a sua oliveirinha da sua macumba religiosa.

Só que a CM não é a Mão Amiga nem um grupo de excursionistas do 13 de maio e os autarcas são eleitos para defenderem os interesses do Município. Neste caso parece que não só os interesses do Município não foram defendidos como há fortes motivos para duvidar da legalidade de um novo contrato apresentado como um mero “ajustamento”. As alterações contratuais são tão grandes que mais parecem um novo contrato sem qualquer concurso.

Esperemos que as entidades competentes olhem para este caso e que avaliem a legalidade e transparência destes procedimentos. Seria também interessante saber que contrato viabilizou a prestação de serviços d ECOAMBIENTE durante estes três meses.

PS: depois de tanto se ter oposto à esta previsão, o então deputado municipal do PCP, agora na versão anafada e bem remunerada de bandeado e traidor do seu partido não só deixou de fazer perguntas ao executivo, como vota a privatização mais um bónus duvidoso para a empresa. Enfim, parece que o Babita na versão Babitão é muito generoso para os capitalistas, nada como ter subido na vida para estes milagres ideológicos sucedam. Esperemos agora pela posição na AM de todos os que no passado se opunham a este negócio.