Em matéria de negócios imobiliários com financiamento do PRR
podemos dizer que em VRSA cada cavadela é uma minhoca. Nunca os fundos
imobiliários que eram proprietários dos prédios construídos a custos
controlados imaginaram que iam ter tanto lucro, mas a oliveirinha do Araújo fez
um verdadeiro milagre.
Os fundos compraram barato porque os prédios nunca poderiam
ser vendidos no mercado livre, a preços ditos normais, porque no seu registo
havia uma anotação, estes prédios eram para arrendamento acessível e para isso.
O Araújo tinha razão quando antes de os comprar garantia que a CM tinha
direitos sobre os prédios.
Mas, chegado à CM mudou de ideias, esqueceu-se do que propôs
em sessão da CM através do Setúbal, esqueceu-se do comunicado que o PS fez na ocasião
e esqueceu-se do que disse na Rádio Guadiana. De um dia para o outro, os
prédios deixaram de ter condicionalismos e o Araújo comprou-os a muito bom
preço.
Curiosamente mal chegou à CM começou a tratar da Estratégia
Local de Habitação, de seguida fez o acordo dos 120.000.000€ com o 1.º Direito
(e nãp com o PRR como ele diz) e num ápice fez-se o negócio. E os fundos tiveram
um lucro de 80%. O Araújo mudou de ideias muito depressa, não mudou.
Por essa altura foi criada a empresa dos 100€, numa altura
em que ninguém imaginava que mais de um ano depois sairia um edital, já uma
empresa de construção civil criou uma empresa para servir de testa de ferro. É
normal grandes empresas portarem-se desta forma e saberem mais de um ano antes
que iria sair um edital tão maravilhoso? Não, não é, pelo menos em Portugal e
estando em causas fundos europeus.
A empresa teve isenção de taxas, agora mudaram de ideias e
decidiram ou combinaram cobrar as taxas, não vá o Diabo (neste caso a justiça)
tecê-las. Mas o dinheiro não deu entrada, foi constituída uma garantia
bancária.
No fim disto a empresa poupou muito, deverá ter comprado os
terrenos a bom preço face aos condicionalismos, constrói sem licenças e depois,
como o PRR não vai financiar este projeto, vende os apartamentos a muito bom
preço, a preços de especulação muito superiores aos que resultariam da venda à
CM.
E assim, uma empresa de construção e dois fundos vão ficar a
rir dos vila-realenses e, principalmente, daqueles que votaram no Araújo a
sonhar com uma casa.
Dois bons negócios, empresários devem estar a cantar aquela música "o Araújo ´+e bom camarada, o Araújo é bom camarada..."