UM FRACO REI FAZ FRACA A FORTE GENTE (CAMÕES)

 

O Araújo prometeu promover os valores culturais do concelho e agora ficámos a saber qual é o seu padrão cultural como já o tínhamos visto com a demolição da vivenda onde viveu o Professor Caldeira.

Escolheu o edifício mais emblemático do concelho e uma verdadeira obra-prima do estilo pombalino para instalar um sistema subterrâneo de recolha do lixo. Poderia ter colocá-lo do outro lado da rua, junto a um muro. Poderia ter instalá-lo na Av. da República, a seguir à paragem dos autocarros, mas deve ter ficado com o comércio ambulante. Até poderia ter colocado na Avenida da República, a seguir aos dois edifícios com valor arquitetónico, o palacete e o que se lhe segue.

Mas não, escolheu a rua da entrada onde fica o palacete e não o fez por menos, reduziu a largura de um passeio que já é estreito, ocupou toda a fachada e ainda por cima meteu uma das caixas mesmo ao lado da porta.



É uma vergonha que um autarca tenha escolhido um local onde nem sequer existiam caixotes de recolha de lixo. Mas, como escreveu Camões num dos seus versos, “um fraco rei faz fraca a forte gente” e como ali ninguém vive o autarca imaginou que era um local ideal, ninguém reclamaria.

Infelizmente, a CM não tem dinheiro sequer para pagar os parafusos comprados pela SOLIVA e não poderá comprar o edifício, o que já teria sucedido em muitas autarquias. Tem todas as condições para instar um centro cultural de que o concelho precisa.



Mas, como o Município só tem dinheiro para as viagens do executivo e para as muitas festarolas eleitoralistas do Araújo, o destino do edifício será o decidido pelos proprietários ou por quem o adquirir. Tem todas as condições para o seu interior ser transformado num condomínio de luxo, como sucede com muitos palacetes do género ou para um pequeno hotel. Qualquer uma destas soluções preservará uma das nossas joias da arquitetura pombalina.

Mas colocar ali um megacentro de recolha de lixo? Isso nem ao diabo lembraria.

Mas no caso do Araújo mistura-se a incompetência, a falta de cultura e o fato de não ser da nossa terra. Como já vimos no caso da vivenda do Professora Caldeira e agora com o palacete dos Folques ele não sente a nossa terra, a nossa cultura. Para o Araújo a cultura fica-se pelo cavaquinho da sua tuna e o Vira do Minho, não é nem nunca será ou sentir-se-á um vila-realense.