Anda por aí um candidato que em vez de dizer o que pensa,
opta por andar a oferecer empregos. Ainda só era candidato a candidato e constou que já tinha motorista apalavrado
e mal tinha sido precocemente entronizado como o candidato mais temporão dos
partidos portugueses e os poucos que o apoiavam no seu partido já o tratavam
por “Senhor Presidente”, tal era a certeza de uma vitória para a qual nem com
likes tinham contribuído, até porque alguns desses corajosos militantes quase
fazem xixi nas calças.
Foi esta a lógica que destruiu o Município do nosso
concelho. Candidatos sem grandes competências que em vez de ganharem votos
apresentando as suas ideias e propostas ou dando a cara enquanto oposição que
nunca foram, prefere comprar almas, oferecendo o que sabem que não podem
oferecer. Mesmo assim são humilhados, porque há gente que mesmo com a
insinuação de cargos lhes dizem que não na cara, não aceitam este tráfico de
votos, não trocam a sua dignidade para ajudares trastes a chegarem ao poder.
Em junho de 2014 António Costa declarou que "Não
tenhamos dúvidas: se pensarmos como a direita pensa, acabamos a governar como a
direita governou. A mudança necessária exige rutura com a atual maioria e a sua
política". É uma pena que seis anos depois um candidato autárquico tão
precocemente lançado faça exatamente com a atual maioria do Município e em vez
de se revelar um bom aluno do líder do seu partido, acabe por andar em jantares
de apoio a Luís Gomes para depois seguir-lhe os mesmos métodos.
Se queremos recuperar o Município da ruína que Luís Gomes e
os seus apoiantes o levaram, temos de acabar com esta mania de comprar votos,
de prostituir o eleitorado. Se isso é uma forma pouco digna de ganhar eleições,
com um Município arruinado significa pouca vergonha, qualquer contabilista,
mesmo sem uma licenciatura em contabilidade, sabe que o Município deste
concelho não tem condições para encher mais uma SGU.
Sejamos honestos nenhum “Senhor Presidente” vai poder
cumprir com promessas de emprego que tenham sido feitas, quem fizer este tipo
de promessas está mentindo. Um bom candidato deve afirmar precisamente o
contrário, se a autarquia tem motoristas não faz sentido oferecer lugares de
motoristas. E quem diz motoristas diz muitas outras valências profissionais.
Oferecer empregos é uma forma corrupta de fazer campanhas,
corrupta porque se está a comprometer o dinheiro do Estado com promessas a
troco das quais se pretendem benefícios pessoais. Desonesta porque qualquer candidato
sabe muito bem que não vai ter dinheiro para corresponder às expectativas que
enganou.
É de esperar que um futuro autarca tenha saber e competência
para promover a criação de emprego e quem pretende fazê-lo desta forma está
dado provas de grande incompetência. À mentalidade política corrupta e à
desonestidade junta-se a incompetência. É tempo de acabar com estas formas de
caciquismo.