|A CULPA É DAS “COMUNIDADES”…|



Quando deviam ter prevenido não preveniram, ignoraram as mais elementares regras definidas para a hotelaria em matéria de distanciamento social e uso de máscaras. Os bares de Monte Gordo fechavam à hora que queriam, nos mercados municipais não se fazia qualquer controlo e quando um funcionário o fez recebeu um telefonema, as máscaras dos responsáveis eram só para inglês ver e era preciso que o britânico estivesse na porta da entrada.

Com tanta bandalhice, principalmente por parte das supostas elites a probabilidade de ocorrer um surto era muito elevada, o azar acabou por bater-nos à porta. E quando o surto surgiu a senhora, que para mal dos nossos pecados ainda faz de conta que está à frente da CM, reagiu no melhor estilo Bolsonaro Bolsonaro, o outro dizia que a covid-19 era um resfriadinho, por aqui a autarca assegurava que tudo estava controlado, que haviam só 23 casos ativos e que não era um surto, era apenas um aumento brusco.

Tiveram mais olhos do que barriga, escondiam dos vila-realenses que estavam impedidos de usar os equipamentos desportivos que estes eram alugados a gente de fora, ignoraram as mais elementares regras em todo o lado, desde os mercados municipais à SOLIVA, tudo em nome da terra espetacular que era assim graças à São, que a tinha transformado num Ciprianistão. O importante era esta imagem de imunidade à covid-19, para que os turistas viessem e os espanhóis enchesse a Teófilo Braga para alegria de uns quantos.

Agora  que a coisa deu para o torto já há culpados, é preciso mais controlo junto das Comunidades! Não, os senhores dos hotéis e das câmaras podem organizar beberetes covid-19, as esplanadas podem funcionar até às tantas e a presidente da CM pode atuar como se não houvesse pandemia, basta controlar as comunidades e o problema está resolvido.

Controlar ou esclarecer? A verdade é que em vez de esclarecerem todos os vila-realenses, pobres e ricos, ciganos e não ciganos, de um lado da avenida ou do outro, cuicos ou cacelenses, da Corte António Martins ou de Santa Rita, optaram pela lei da rolha, com o argumento esfarrapado da proteção de dados, o argumento usado sempre que a São tem medo que se saiba de alguma coisa, esconderam que em VRSA crescia um surto epidemiológico, havia que abafar a do negócio de uns quantos.

Sem saberem do que se passava ainda há poucos dias decorria um batizo no Guadiana, seguido das habituais celebrações. É natural, se a imagem de marca promovida pela São era de que tudo estava controlado e a delegada de saúde abanava freneticamente a cabeça, lembrando os canitos que dantes decoravam os carro, todos podiam viver como se nada se passase, afinal têm a sorte de viver nestes oásis, um Ciprianistão cheio de felicidade e progresso, onde não há bico que entre. É inevitável que desta forma a covid-19 chegasse a todas as comunidades.

E agora querem controlar as comunidades? Não seria melhor que controlassem a incompetência da vossa São, da vossa colega confrade? Ou querem fazer querer que só os pobres são descuidados e apanham o covid-19? Há covid na CM, na SOLIVA, em Cacela, em Monte Gordo, nas autoridades policiais, em hotéis, há covid-19 em todo o lado e querem controlar apenas as “comunidades”? Já temos culpados, a São está perdoada, pode continuar tranquilamente a exibir a sua incompetência.

Já se esqueceream dos beberetes covid-19 no Hotel Vasco da Gama e de toda a bandalhice irresponsável que promoveram?