Nos primeiros tempos não se cansou de nos recordar a personagem do Herman José dizendo que ele é que era o presidente da Junta. Eram entrevistas atrás de entrevistas, mensagens atrás de mensagens dizendo que era a responsável da proteção civil. A irresponsabilidade foi tanta que já o governo tinha decretado o estado de contingência e em VRSA ainda se mantinha a data de uma grande competição de futebol jovem, que mais tarde foi adiada para junho, vejam bem o ridículo.
Entretanto, a pandemia amainou graças ao confinamento e a pantomina continuou, agora eram entrevistas e intervenções recordando quantas semanas já tinham passado sem nenhum caso, como se isso não fosse verdade para mais de 350 concelhos. A partir de aí assistimos a um verdadeiro regabofe de irresponsabilidade, jantaradas pagas por nós onde se viam os responsáveis da autarquia em amenas cavaqueiras de covid-19, entrevistas à Rádio Guadiana sem máscara.
Nos mercados municipais não havia qualquer controlo, desinfeção das mãos era coisa que não existia e quando um funcionário controlou o número de clientes dentro de um mercado, consta que recebeu um ralhete por telefone. A regra era a bandalhice generalizada e o exemplo disso era a não utilização generalizada da máscara dentro dos espaços fechados. Alguns assessores usavam a máscara apenas para entrar, depois ficava na secretária o resto do dia. Por fim, e quando o surto epidémico estava em curso a autarca lá se lembrou de obrigar ao uso da máscara.
Tal como no princípio a silêncio voltou a ser regra, quem associava o sucesso à sua pessoa, ficou atrapalhada quando o insucesso lhe bateu à porta. Em vez de informação a terra viveu uma quinzena alimentada no boato e já em desespero a autarca lá disse quantos casos haviam. Mas não o fez em público, fê-lo em mensagem no seu Facebook pessoal, que é só para amigos. Veio a público porque um dos seus “espetaculares” arautos do regime viu numa mensagem só para amigos e através de um Facebook pessoal e privado um exemplo de transparência. Enfim, que grande transparência!
É óbvio que nenhum autarca é responsável pelos casos de transmissão, a não ser dentro de instalações que tutela e entre funcionários que dirige. Sucede que aparentemente a origem do surto de covid-19 em VRSA parece ter tido com epicentro ou um dos epicentros os serviços da CM. E o que fez a CM? O primeiro funcionário a ser portador do vírus já tinha a análise marcada para a tarde e andou todo o dia a trabalhar, certamente a cumprir ordens e, entretanto, a espalhar o vírus.
É óbvio que houve pelo menos negligência com um elevado grau
de culpa. Mas também é óbvio que esta autarca é tão incompetente como líder da
Proteção Civil como o tem sido como presidente da CM. Aliás, é bom recordar que
foi em plena