Na história do mundo, dos países, das cidades ou das vilas há calamidades, situações como o desastre de Beirute, o tsunami do Japão ou da Tailândia e Indonésia ou a pandemia da covid-19. É por isso que nas horas difíceis precisamos de líderes, de gente com capacidade de liderança, com competência, com sentido de serviço público, bem como de instituições robustas, com recursos e capacidade de indevidamente, para poderem responder a essas situações.
Na nossa terra assistimos àquilo a que nos últimos anos se tornou comum designar por tempestade perfeita. Autarcas irresponsáveis, loucos e incompetentes que gastaram milhões e milhões em palhaçada. Valeu de tudo nesta orgia financeira, passeios da São com o Tio Manuel a Cuba para ver o Luís receber medalhas, financiamento de um infantário na terra do Fidel com o simpático apoio de toda a oposição incluindo um tal Araújo, centenas de milhares para a astróloga, etc., etc..
Gastava-se como se não houvesse amanhã, gastou-se o que se tinha, o quase não tinha, o que se esperava que viesse a ter e o que os que ainda não tinham nascido iriam ter. Secou-se a capacidade de endividamento, ficou-se sem acesso ao crédito e sem possibilidade de recorrer a fundos nacionais e comunitários que exijam comparticipação, ficou-se sem um tostão por muitos anos.
Tudo com a conivência de muita gente e quando era suposto estarem vigiados até o FAM foi incompetente, permitindo que a situação chegasse à beira da insolvência. Esses senhores do FAM, como lhes chama a São, permitiram que ela violasse o contrato e parece terem ignorado a sua própria lei, como se a República fosse um regabofe. Como se isso não bastasse a São até os ofendeu, bem como ao primeiro-ministro, em plena reunião da CM
Tudo isto valeu e agora deu-se aquilo que pode acontecer quando estamos num horizonte temporal de décadas, ao fim de quinze anos de poder absoluto, impondo-se o silêncio e o medo para melhor arruinarem a terra, ocorreu uma pandemia. E enquanto nos outros concelhos se procuram resolver problemas e dá-se um exemplo, aqui o Tiago dá entrevistas à Sabino que mais parecem castings para mandar o vídeo ao Goucha ou à Cristina Ferreira, para se cumprirem sonhos anunciados no Facebook.
Num tempo em que se leem sinas e se faz a dança da chuva na sala de espera dos tribunais, os mesmos tribunais onde se escondem milhões de dívidas litigiosas, que o FAM faz de conta que desconhece, talvez não fosse má ideia dar mais 500.000 à astróloga Maia, para ela voltar cá, desta vez para lançar as cartas para nos dizer o que vai ser a nossa desgraça, com gente como a São, o culto Barros e o cantor Gomez.
E enquanto o mundo se prepara para a segunda vaga da pandemia, a um ano das eleições autárquicas há quem queira continuar com a pantomina da autarca brilhante, fazendo de conta que somos o modelo de autarquia do país, onde nem o mafarrico da covid-19 entra. Enfim, deram cabo do dinheiro, rebentaram com ruas e estradas municipais, emporcalharam o concelho, resta-nos esperar para ver até onde vai a imaginação destrutiva desta gente em tempos de pandemia. Esperemos que não acabemos todos na cadeia de hotéis do Variado, ali no pavilhão ou nos resorts covid19 de Cacela.
LARGO DA FORCA
