É sabido que os manos Ciprianos são leitores militantes do LÇdF e que a presidente da autarquia corre a corrigir todas as asneiras aqui denunciadas, pelo menos aquelas que podem ser corrigidas, já que uma boa parte das consequências da sua incompetência exercida ao longo de década e meia vão perdurar por muitos anos.
É por isso que a mesma senhora que em Abril não mandou as condolências à família de vila-realenses falecidos com covid-19, argumentando que desconhecia os casos de doença na terra, por serem segredo da delegada de saúde, apressou-se agora a chamar o distinto jornalista de TV cá da terra, para dizer quantos casos de covid-19 estão ativos no concelho.
Só, que foi preciso muita insistência do LdF para combater os boatos para que a senhora vestisse os seus melhores trapinhos para a sua primeira entrevista nesta segunda de mão da pandemia. Insistência e denúncia porque até aqui só os amigos da Sanita na sua página do Facebook é que tinham direito a esta informação. Isto é, informação oficial em que está em causa a vida dos cidadãos era reservada aos amigos da senhora na sua página do Facebook.
Esta entrevista deve ser vista com muita atenção pois revela que enquanto o país está em estado de contingência o nosso concelho continua em estado de incompetência. Desde logo, ficamos surpreendidos ao vermos a Sanita a divulgar dados oficiais sobre casos de covid-19 ao lado da delegada de saúde, como se em VRSA a autoridade sanitária dependesse hierarquicamente da Sanita.
Enquanto a delegada de saúde parece ter como função oficial abanar a cabeça enquanto a sanita fala, divulgando tardiamente os resultados, o delegado de saúde de Castro Marim emitiu um comunicado esclarecedor, para tranquilizar a população. Enfim, é caso para dizer que fomos os últimos a escolher o delegado de saúde.
E se parece que não tivemos muita sorte com a delegada de saúde tivemos o azar de alguns vila-realenses terem escolhido uma das autarcas mais incompetentes do país. Enquanto em VRSA surge um surto em plena Câmara Municipal, com um funcionário suspeito de estar infetado a circular por todos os serviços da CM, enquanto não chegava a hora de ir fazer a análise, a CM de Tavira faz testes nas escolas. Por cá temos um surto entre jovens estudantes, mas o único teste que a Sanita faz é um teste à nossa paciência. Quem andou a passear em Cuba e até levou o tio Manuel para ver o Gomez receber uma medalha, está agora sem dinheiro para fazer testes seja a quem for.
A propósito dos dados registe-se a violação clara da proteção de dados, já que ao declarar que na Freguesia de Cacela há um caso, está inequivocamente a tornar públicos dados clínicos de um cidadão, sem o poder fazer. Isto é, na primeira vaga invocou a proteção de dados poara nada dizer, argumento que de nada sabia. Agora que está nervosa revela dados de forma a identificar um doente. À incompetência junta-se a irresponsabilidade.
Como não podia deixar de ser a Sanita lá tentou inventar uma espécie de campeonato nacional de covid-19, sugerindo que estaríamos em boa posição na tabela. Enfim é uma pena que não existam dados comparativos por concelhos. Disse a senhora recorrendo à sua gramática privativa que “Pelos dados do país não estamos muito maus”. Ó estimada Sanita, Faz lá as contas à evolução dos casos de covid-19 nestes quinze dias:
Deves saber aplicar uma regra de três simples: se a uma população de 18.000 habitantes correspondem 23 doente, a uma população de 10.000.000 quantos correspondem?
É só fazer as continhas, se nos últimos dias a pandemia tivesse aumentado os casos ao ritmo de VRSA ter-se-iam registado nada menos 12.500 casos. Percebeste a dimensão da tua baboseira mentirosa ou precisa-as que te façamos um desenho para que qualquer criança de quatro anos perceba?
Voltando à entrevista é ridículo ver uma autarca que se fartou de andar sem máscara, que ignorou todas as normas nos mercados municipais e viu um surto surgir na CM, dar lições de higiene, a delegada de saúde ao lado a abanar a cabeça, lembrando aqueles canitos que nos anos 60 as senhora com automóvel, metiam junto ao para-brisas traseiros, em cima de um naperon em crochê. Vale a pena comparar esta versão ao estilo de Graças Freitas da nossa Sanita com as muitas imagens que estão nas páginas da CM, a começar pelo beberete com a secretária de Estado de Turismo.
Quem ouve a Sanita falar até pode pensar que ela é a delegada de saúde e a outra senhora é uma mirone que parou para a ouvir. Teoria sobre o que é um surto ignorando os conceitos da DGS e diz uma das maiores baboseiras que já ouvimos, não há o surto mas sim um aumento brusco? Se não estivesse em causa a saúde pública era para rir, vindo de uma autarca de um concelho fortemente atingido é para chorar.
Um dos momentos mais hilariantes da entrevista foi protagonizado pela delegada de saúde que é a autoridade sanitária local e depende hierarquicamente da Direção-Geral de Saúde onde é funcionária pública, qualidade na qual estava ao lado da presidente da autarquia:
“Mas neste momento como eu percebi a televisão existe, o
telejornal só para acompanhar o jantar [gargalhadas da Sanita e do
entrevistador] e não o vírus”
O que esta senhora diz é muito grave porque não lhe cabe gozar com a comunicação social enquanto está no exercício de funções oficias, além de estar a mentir de forma irresponsável. Todos os dias se realiza uma conferência de imprensa em Lisboa, com a presença de da ministra da Saúde (ou de um secretário de Estado) e da diretora-geral der Saúde, a sua diretora-geral.
Se para a senhora delegada de saúde uma conferência diária em direto em quase todas as televisões, a um ritmo diário desde março passado, com a replicação dos principais esclarecimentos nos telejornais é nada dizer, o que será preciso mais? Além destas conferências de imprensa são milhares de páginas com esclarecimentos, programas de televisão, dezenas de intervenções de esclarecimento por parte do bastonário dos médicos, de especialistas em saúde pública, de pneumologista, de virologistas.
Gozar com as televisões só ridiculariza quem ao longo de meses apenas fez de acompanhante da presidente da CM e apenas aparece em público quando é citada pelo Largo da Forca. Basta ir a qualquer concelho, a começar por Castro Marim, para se perceber que é diferenças de comunicação entre delegados de saúde. Quem optou pelo silêncio para dar artes de que sempre esteve tudo bem o melhor é não criticar as televisões.
Se até aqui defendemos a demissão da presidente da CM,
começamos a pensar que a delegada de saúde devia fazer-lhe companhia.