TURISMO DE EXCELÊNCIA?


Numa recente sessão da Assembleia Municipal o nosso autarca fez um dos seus habituais comícios, discorrendo sobre o problema do estacionamento, em resposta a uma questão colocada pelo deputado municipal Francisco Lança. Para além de muitas declarações pouco dignas o autarca revelou qual era a sua solução para o problema de estacionamento, se os turistas não encontravam um lugar para estacionar, então que procurassem outras praias.

É uma ideia brilhante por parte de quem prometeu o desenvolvimento económico do concelho com base na indústria turística, algo que como já se percebeu não passou de uma das suas muitas baboseiras eleitoralistas. O que o autarca se esqueceu é de que em Monte Gordo quer os residentes, quer os que vindos de outras localidades do concelho para aí trabalharem, têm exatamente o mesmo problema que os turistas.

Se dantes o lema das praias era “há mar e mar, há ir em voltar”, para quem reside em Monte Gordo, permanentemente ou em tempo de férias, a regra é outra, também muito popular, “quem vai ao mar perde o local. Quem use o carro e abandone o lugar para se deslocar a algum lado é muito provável que não volt a encontrar local para estacionar, a não ser pagando pequenas fortunas nos parques de estacionamento.

Se muitos turistas começam a abandonar Monte Gordo porque não querem viver aprisionados ou porque não estão disponíveis para pagar em estacionamento tanto quanto pagam em hotel, não admira que muitos que pretendam residir em Monte Gordo ou que aí residam, comecem a questionar as vantagens de mudar de local de residência, Algo, que não é novo, pois graças Às medidas do autarca já há quem tenha decidido abandonar o Monte Fino.

Se o autarca prometeu e até anunciou o fim do estacionamento pago, noq que foi seguido pelos seus arautos, que espalharam logo a sua boa nova, porque motivo não deixou de cobrar aos trabalhadores pelo parque junto ao Vasco da Gama? Porque não renegociou o contrato com a esse, algo de que não estava impedido apesar da prometida rescisão do contrato com esta empresa, reservando zonas de estacionamento para residentes?

Não fez nada a não ser declarar que quem está mal que se mude, ou, porque surgem comentários desagradáveis no Facebook do Município, coloca posts demagógicos apelando a civismo, como se o problema resultasse da falta de educação de residentes e turistas. Como resultado da incompetência por parte do autarca a regra em Monte Gordo é cada vez mais a do desenrascanço e cada um recorre a. expedientes num ambiente de salve-se quem puder.

Nalgumas zonas mais degradadas das grandes cidades, em ruela com poucos locais para estacionar começaram a surgir expedientes para reservar locais de estacionamento, nos lugares vagos começaram a surgir sinais de “reservado” sob a forma de garrafões, cadeiras e muitos outros objetos.

O fenómeno não é novo no país e começou a generalizar-se em Monte Gordo, ao ponto de começar a ser uma imagem de marca desta vila, onde o Araújo prometia promover o turismo de excelência. Infelizmente, hoje sabemos qual o conceito de turismo de excelência, passadiço às escuras, rebaldaria no estacionamento, uma praia que não é limpa, lixo por recolher e a zona nobre da marginal e da beira-mar transformada num imenso centro comercial de venda ambulante, uma das grandes apostas do autarca para conseguir novos eleitores, que assegurem a continuação da sua gestão incompetente.

O autarca paga uma fortuna a um assessor de imprensa, justificando que o faz para conseguir boa imprensa para o concelho. Hoje sabemos que usa o dinheiro do Município para pagar a quem o ajuda a perseguir adversários políticos com campanhas sujas na imprensa, enquanto vemos imagem de Monte Gordo a ser destruída na comunicação social, enquanto o autarca nada faz.

Enfim, como se diz no Algarve “Ó Araújo, atira-te ao mar e diz que te afogaste!”.