ÁLVARO ARAÚJO, O OPORTUNISMO E O CINISMO RELIGISOSO

 


Em Portugal existe uma separação entre Igreja e Estado, pelo que nem sequer o Salazar abusava da mistura entre as duas instituições, ainda que o seu lema fosse “Deus, Pátria e Autoridade”. Em democracia tem sido norma os políticos absterem-se de exibições religiosas, praticam o seu culto quando são crentes, mas fazem-no de forma discreta.

E no caso de políticos do Partido Socialista, onde o seu fundador se afirmava a si e ao partido como laico e republicano, é muito raro ver algum político em manifestações religiosas, e não foi este comportamento honesto que impedido o PS de ser governo ou de conquistar autarquias.

Mas, o Araújo parece desenterrado de um ano algures no meio do século XIX e de algum partido onde não haveria diferença entre ser bispo e político. O homem que nunca foi visto numa missa ou procissão de Monte Gordo ou de Cacela, em quatro anos foi a todas as missas e procissões do concelho e arredores, sempre acompanhado de fotógrafo pessoal, para que as suas presenças em celebrações religiosas tenham expressão política no Facebook da CM.

Se a relação com a Igreja Católica é de puro oportunismo político, a relação deste ex-seminarista com a Igreja Evangélica é puro cinismo. Curiosamente, o Araújo esconde esta relação e nem mesmo o congresso destas igrejas realizado em VRSA teve grande visibilidade.

O Araújo não mostra as suas homilias e preces nas missas evangélicas, são os crentes das mesmas que as colocam no Facebook. Será que o Araújo vai às celebrações evangélicas com inspiração ecuménica? Claro que não, vai em busca dos votos da comunidade cigana.

Mas não vai a todas as igrejas evangélicas da mesma forma que nunca o vimos nas igrejas do concelho a distribuir folares ou cabazes de Natal, como o fez às escondidas numa das igrejas evangélicas. Da mesma forma que não o vimos distribuir empregos, licenças de utilização do espaço público e outros favores como promessas de casas.

As ofertas a uma das igrejas evangélicas terão chegado à promessa de terrenos, mas pelos vistos este político trata católicos e evangélicos com o mesmo princípio, a mentira.