Atribuir casas é algo que exige a maior isenção possível
para que o primeiro a receber uma casa seja a família mais carenciada,
independentemente da cor, etnia, credo ou opção política. Porque as casas
atribuídas pelo Estado ou pelas autarquias não foram pagas pelos políticos, mas
sim pelos nossos impostos.
E não é metendo gente de confiança pessoal que se assegura a
isenção. Não é convocando as pessoas a meia dúzia de dias de eleições para lhes
informar que se ganharem as eleições terão uma casa.
Com os direitos das pessoas não se brica e mete-nos nojo que
se usem as dificuldades das pessoas para as forçar a votar num candidato, ainda
que contra a sua vontade. Isto mete-nos nojo, até porque há pessoas que já
foram sucessivamente enganadas, todos sabemos que se fosse dadas todas as casas
que já prometeram teríamos de comprar metade de Ayamonte.
Já vimos uma família em grandes dificuldades, com filhos
doentes serem ser despejada de uma casa do Estado em vésperas de Natal. Da
mesma forma recentemente vimos ser atribuída uma boa casa a uma filha de um político
que há seis meses nem sequer tinha residência oficial no concelho e ainda hoje
habita em Castro Marim.
Sejam casas vagas nos bairros sociais, casas que possam
estar a ser construídas ou casas que venham a ser construídas não serão
entregues pelo Araújo, mas sim por quem vier a ser eleito e já ninguém acredita
que seja ele. E entre o Araújo e alguém que assegure ser honesto e isento é bem
preferível que não seja o Araújo a distribuir essas casas, porque todos sabem
que serão para os amigos.