Depois de termos sabido do pagamento de um almoço no
restaurante Adega da Tia Matilde, casa cuja lista conhecemos muito bem, e que o
repasto nos custou 1.205,4€, imaginámos logo o Araújo armado em ricaço,
desafiando os seus amigos da Associação Nacional de Municípios, dizendo “pessoal,
vamos comer do bom e do melhor à Adega da Tia Matilde, que sou eu que pago!.
Não terá dito isto, mas não deve ter dito coisa muito
diferente. Até poderia ter dito, vamos lá comer à conta dos vila-realenses, não
leva na da CM e ainda pagam o IMI mais alto do país pra nós comermos do bom e
do melhor à custa deles.
Mas pode um autarca banquetear-se com almoços a mais de 200
euros? Pode convidar os seus pares numa associação e pagar-lhes um almoço
destes com o dinheiro do Município? O Estado é obrigado a pagar almoços destes,
isto é, podem ser considerados como despesa pública?
É óbvio que não e não admira que um outro autarca esteja sob
investigação judicial e não estarão muitos mais porque se escapam.
Não só numas parece um abuso ou mesmo uma ilegalidade, como
é não só gozar com quem trabalha, como o programa ada SIC, é gozar com muitos
vila-realenses que trabalham e não ganham o suficiente para alimentar os
filhos. Isto é gozar com Vila Real de Santo António, com os vila-realenses e
comportar-se de forma vergonhosa.
Apesar de ser um restaurante caro para a média, está longe de
ser dos mais caros. Basta olhar para a lista para se perceber que estes
autarcas comeram muito bem e beberam ainda melhor, para que a fatura tivesse
sido tão elevada. Muito dificilmente pagariam o que pagaram se comecem como uma
família comum, não, encheram o bandulho com o melhor e mais caro que havia,
porque eramos nós a pagar.
Não estaremos perante um crime? Há juristas que defendem que
sim mas deixamos isso por conta da justiça ou levantaremos a questão se algum
dia visitarmos alguma sala de audiências na companhia do Araújo (isto e muito
mais, claro), mas de um ponto de vista ético é pior do que um crime, mete-nos
nojo!