SEM VERGONHA NA CARA


 

Um residente no Bairro dos 165 fogos (tourada) foi trabalhar no estrangeiro e deixou de pagar as rendas. Uma oportunidade para o Araújo promover o despejo e entregar uma casa, e até aqui tudo normal. Com tanta gente que vive em VRSA que carece de casa seria lógico a entrega da casa a uma família carenciada, até porque a casa estará em bom estado e trata-se de um T3.

Só que a surpresa é grande, a casa foi entregue a uma senhora que até há pouco tempo residia no Monte Francisco e cujo companheiro residia na Junqueira, não sendo de VRSA. Não só residia como formalmente assim era, mas em maio mudou de residência para VRSA, ainda que tenha vindo viver no concelho. A morada oficial mudou para VRSA, mas foi viver para Pisa Barros de Cima, em Castro Marim.

Mas passou por cima de todos os que vivem e pagam impostos em VRSA e recebeu a casa da CM de VRSA. Mas a história não se fica por aqui.

A família do ex-residente muito legitimamente foi recolher a mobília e até se deslocou um camião da SOLIVA. Só que, ao que parece, as assistentes sociais ter-se-ão recusado inicialmente a permitir que levassem a mobília, isto é, a casa seria entregue mobilada. E consta que o próprio Araújo terá dado ordens ao encarregado da SOLIVA para levar o camião. Pelo que a proprietária legítima da mobília teve de alugar um camião.

E o mais ridículo de tudo é que os móveis da cozinha há muito que não estavam em condições e foram mudados há pouco tempo, tendo a sua proprietária adquirido os mesmos a crédito. E o ridículo da situação é que a nova residente tem móveis de cozinha cujo crédito ainda está a ser pago pela sua legítima proprietária, que foi impedida de os desmontar!

Se tudo isto já é anormal e abusivo demais, o que dizer quando se sabe que a pessoa a quem foi entregue a uma filha do ainda presidente da Junta de Freguesia de Monte Gordo, que, como todos sabem foi eleito pelo PSD e cedo se bandeou para o Araújo, a troco de uma promoção, de um horário muito flexível e de contratos para concertos que já vão em mais de €20.000.

Isto é normal? Não, não é, e muito provavelmente será ilegal, as casas são do Estado e não podem ser entregues a troco de favores ou para beneficiar amigos. Todos os vila-realenses devem ser tratados em igualdade e não é aceitável que se mude a residência para VRSA em maio, se fique a residir em Castro Marim para quatro meses depois se receber uma casa em muito boas condições, quando há centenas de famílias que foram desprezadas pela autarquia nesta decisão.

Há aqui matéria suficiente para se falar de corrupção no sentido ético. Mas esta atuação do Araújo está provavelmente fora da legalidade.