O que pensar de um político que sempre se manifestou contra
a existência da SGU que agora a ressuscita sabe Deus com que intenções, já que
para melhorar o município não é, será muito mais provável que sirva para
encobrir atos de gestão que não quer que sejam sujeitos o escrutínio dos órgãos
municipais.
Só que o fato de o TC ter recusado um visto a uma alteração
das contas da SGU e perante as dúvidas dos vila-realenses, o executivo tem
vindo a sugerir que existe uma relação entre o visto do TC e a ressurreição da
SGU.
Acontece que há muito que o executivo está deslocando os
funcionários que trabalhavam no edifício da SGU e a formulação da proposta de ressurreição
da empresa é anterior e foi aprovada antes do visto.
Mas, o mais ridículo das declarações do vianense, mais uma
vez repetidas no jornal Público, são as funções que justificam a existência
desta empresa:
« Álvaro Araújo está decidido a relançar a SGU apesar do
estrangulamento financeiro que enfrenta. “Não podemos correr o risco de colocar
em risco o património municipal”, justificou, acrescentado: “Vamos voltar a dar
vida à empresa municipal, colocando-a a gerir o parque de campismo e os parques
de estacionamento” (actualmente, concessionados a um privado). A dúvida,
admite, está em saber se o TdC, atendendo ao historial da gestão autárquica,
vai colocar o visto num novo plano de assistência financeira.»
O Parque de campismo existe há décadas e nunca precisou de
uma empresa municipal para o gerir, há muitos anos que tem um encarregado que
exerce essas funções. Se a SGU é necessária para gerir o Parque de Campismo só
há uma explicação para isso, porque muito provavelmente há a intenção de o
vender, só assim se compreende tal decisão.
Até, porque dizer que SGU vai gerir os parques de
estacionamento concessionados não faz sentido por duas razões. EM primeiro
lugar porque o processo decorre em tribunal e a decisão não só pode tardar como
pode ser contrária às intenções do
Município. Além disso, quando a resolução do contrato foi anunciada no Facebook
da CM; o que foi comunicado foi o fim do estacionamento tarifado.
Ora, se o vianense agora diz que o estacionamento tarifado
vai continuar e será gerido pela sua SGU, isso significa que mentiu aos
vila-realenses naquele post do Facebook, como sempre mentiu aos vila-realenses.
Não só a CM anunciou o fim do estacionamento tarifado no dia 26 de setembro de
2022, enganando de forma vergonhosa e indigna os 1300 visitantes que colocaram
likes, os responsáveis por 466 comentários e os que os ajudaram a enganar mais pessoas
fazendo 320 partilhas.
O próprio PS VRSA reproduziu a
mentira e afirmou que decorria do seu programa “Trata-se de uma medida reclamada
pela esmagadora maioria da população e que era um dos compromissos que de forma
responsável o PS assumiu quando se apresentou ao eleitorado em Setembro de
2021.” Isto é, o programa do vianense faz lembrar os velhos tempos em que o papel
higiénico não era para todos e muita gente limpava o dito cujo com papel de
jornal.
Mas, os mesmos
mentirosos que nunca tiveram a intenção de acabar com o estacionamento
estacionado, foram ainda mais descarados, pela forma como se referiram aos
deputados municipais e vereadores da oposição, acusando o seu voto de “lamentável”.
Apesar do
lamentável voto contra dos vereadores do PSD, que tudo fizeram para que o
Município não avance com o processo que levará ao fim do actual abuso no
estacionamento tarifado no concelho, os vereadores eleitos pelas listas do PS e
da CDU não se deixaram intimidar e votaram favoravelmente, pelo que agora a
câmara está em condições legais para avançar com o término do contrato.
O que dizer
agora da decisão de manter o estacionamento tarifado, no mínimo teremos de
dizer que estamos perante mentirosos que não hesitam em enganar as pessoas e
agora, para empregar amigos, deram o dito por não dito e não só ressuscitam a
SGU como decidem eternizar o mesmo estacionamento tarifado cujo fim estava no
programa com que enganaram os eleitores, chegando à pouca-vergonha de usarem o
Facebook da CM para nos enganar.
Mentirosos,
incompetentes e desonestos.