Quando o Largo da Forca foi criado contaram-nos muitas histórias sobre bandeados. Falaram-nos do Luís Camarada, eleito deputado municipal pelo Partido Socialista, que traiu quem o elegeu quando votou pela criação da SGU . Contaram-nos da tentativa de compra de eleitos na noite das eleições, quando ainda não era certa a vitória da São Cabrita, mas, acima de tudo, deram-nos o exemplo do João Rodrigues que muito depois de eleito não acompanhou a CDU na rutura da sua aliança com o PSD, no primeiro mandato do Luís Gomes.
Mas parece que deixaram de mudar de ideias sobre valores fundamentais
da democracia e tudo o que se passou no passado é uma brincadeira de crianças
ao pé do que agora se viu.
O João Rodrigues entrou em rutura com o seu partido e
entendeu que deveria permanecer, nada que já não tenhamos visto em muitos
políticos deste país. Mudar de partido ou deixar de votar num partido para
votar noutro é normal.
O que não é normal é aquilo que gente como o Álvaro Leal e o
Cardigos fizeram, que foi trair os seus eleitores mal foram eleitos. O Babita traiu os que o elegerem logo que se apanhou eleito, e nada nos garante que com a
sua proximidade “clandestina” com o Rui Setúbal, o “negócio” já não estivesse
feito ainda antes das eleições.
Ao que consta, ainda a CDU não sabia da traição e já o Álvaro
Leal foi mudar o IBAN, para que os “ganhos” com o desempenho do cargo de
vereador não fosse para a conta da CDU, como é tradição no PCP.
O Cardigos mal foi eleito deixou de receber telefonemas o candidato
número um à AM e de um dia para o outro foi nomeado para coordenador da
proteção civil municipal.
Mas as compras de membros das listas da oposição não se ficaram
por aí, da lista da candidatura independente de Cacela três candidatos
obtiveram emprego na CM, onde se inclui a esposa do candidato independente a
presidente da JF de Cacel, uma verdadeira OPA do Araújo à candidatura independente, que não se ficou por aí e ainda está em curso.
Mas este negócio sujo da política local conduzido por um
político que não sabe conviver em democracia e não se importa de envergonhar o
seu partido não se ficou por aí. Pouco tempo depois contratou um eleito pelo
CHEGA à Assembleia Municipal, ainda que este tenha tido a dignidade que não
vimos no Cardigos, ao contrário deste renunciou ao mandato.
Mas ainda surgiriam várias supressas, o presidente da junta
de Freguesia de Monte Gordo foi promovido na SOLIVA e desde então não se cansa
de ser contratado pela CM para festas pimba e não perde uma oportunidade para
se fazer fotografar ao lado o Álvaro Araújo. Toda a gente sabe, mesmo dentro do
Partidos Socialista onde o tema já foi discutido, que a intenção é candidatá-lo
pelo PS. Até lá vai fazendo de conta que é do PSD, numa manobra de baixo nível,
onde usa o cargo para tentar segurar o voto dos que o elegeram.
É esta a democracia do Álvaro Araújo, usar o poder de que
dispõe por ter sido eleito e usar os recursos da CM para “comprar” os que estão
disponíveis a trair os seus eleitores a troco de empregos, de cargos e
mordomias. Isto é, usa-se o dinheiro do Município para transformar uma maioria
relativa numa maioria absoluta, desrespeitando o jogo da democracia e a vontade
dos munícipes.