O QUE É QUE A WCA TEM?

A WCA Productions, Unipessoal Lda era uma empresa unipessoal de um rapaz amigo do genro do Araújo que há dois anos não faturava quase nada. É aquilo a que se costuma chamar uma empresa de vão de escada.

Mas em dois anos cresceu exponencialmente, começou por organizar bailaricos de aldeia, como os bailes de verão da Manta Rota 2022, mas que com o investimento brutal que o Araújo fez na sua campanha eleitoral com recursos da CM cresceu exponencialmente.

Como se explica que uma empresa de vão de escada, sem estruturas e sem experiência no negócio tenha quase o exclusivo na CM de Vila Real de Santo António? Por questões partidárias não deverá ser, já que o seu dono, o Pedro Barros, nem parece ser do PS, já que foi mandatário da juventude nas autárquicas de Faro pelo atual presidente, que é do PSD.



Mas parece ter um trunfo, será amigo do genro do Araújo e todos sabemos como o atual presidente da CM tem usado a autarquia para enriquecer familiares. Mas não nos cabe investigar, ainda que nos pareça que há muita matéria para isso nas relações entre o Araújo e esta empresa.

O certo é que em dois anos o Pedro Barros já embolsou 517, 395,60€ que acrescido de IVA à taxa de 23% resulta numa faturação de 636.396,59€. E apenas numa das adjudicações se recorreu a uma consulta prévia, todas as restantes foram adjudicações direta, isto é o Pedro Barros limitou-se a pedir ou a combinar o eu queria.

Porque será que o presidente da CM prefere ignorar a lei e recorre sistematicamente à forma de adjudicação menos transparente, num mercado onde há tantos operadores. Aliás, quase todos os contratos refere-se à contratação de artistas.

Se os Calema, a Ana Bacalhoa bem como a generalidade dos artistas contratados têm os seus próprios agentes, qual o motivo que leva o Araújo a optar por um intermediário em vez de contratar diretamente o artista através do seu agente, Será que assim fica mais barato?

Se tivesse contratado os artistas diretamente com os seus agentes até se justificava a adjudicação direta, já que não faria sentido lançar um concurso onde há apenas uma empresa capaz de prestar o serviço. Mas tratando-se de um intermediário, ainda por cima uma empresa de vão de escada estas sucessivas adjudicações diretas violam a lei e disso daremos conhecimento ao Tribunal de Contas.


Mas voltemos aos Calema. Procurámos por contratos com os Calema na Base Gov e encontrámos vários, dos quais apenas um feito pelo Município de Sobral de Monte Agraço através de uma empresa intermediária de Alenquer. Todos as outras adjudicações envolveram o agente dos artistas.

Ainda que por pouco, a adjudicação mais cara foi a realizada por esse intermediário. Mesmo assim a adjudicação ficou-se pelos 47.500€, que acrescidos de IVA à taxa de 23% dá um montante de 58.425€. Pouco mais do que os montantes dos restantes contratos, o que se entende como sendo um lucro razoável para um intermediário.

Como explicar que o contrato com a WCA leve a que os Calema tenham custado a VRSA um montante de 100.000€ (123.000€ se considerarmos o IVA à taxa de 23%. Será que uma hora e meia no dia 31 justifica mais do dobro do cachet? Temos muitas dúvidas e achamos que a bem da transparência e da boa utilização dos dinheiros públicos este negócio deve ser alvo de uma investigação.

PS: Mas, como diz um conhecido montegordino "ainda há mais"! Aliás, muito mais e com fortes motivos para que seja realizada uma investigação.