UMA FOTO QUE VALE POR MIL PALAVRAS


Longe vão os tempos em que o Araújo sugeria que tinha muitas cunhas e graças aos seus conhecimentos conseguia tudo, um pavilhão multiusos em Monte Gordo, uma rede de mini autocarros elétricos na serra, paquetes a navegar no Tejo e, a cereja em cima dos bolo, um investimento de 120 milhões em habitação, mais do que todo o concelho do Porto, quase tanto como o de Lisboa e um terço de todo o Algarve, toda esta fartura para uma única freguesia.

Mas, como era de esperar, a montanha pariu um rato, nem navios, nem autocarros, nem casas, ficámos com a Rozinha e o Araújo a cantar e nós pimba na cama. Pois, este mandato está mesmo a ser uma pimbalhada de muito mau gosto.

Agora, parece que a única cunha que o Araújo tem é a do Apolinário que lidera a CCDR, organismo com competência na distribuição dos dinheiros europeus. O problema é que o Algarve tem muitos municípios e a maioria é gerida pelo PS, ainda por cima o Araújo está cada vez menos bem visto, para não dizer cada vez mais mal visto.

O Apolinário nem tem dinheiro nem é dono dele, acima dele está um governo do PSD e por baixo estão não só autarcas do PSD e da CDU, que não se deixam ultrapassar, como muitos do PS que, obviamente, também querem dinheiro.

Provavelmente foi a presença do Apolinário nas comemorações do Município de Lagoa que levou o Araújo e o seu fiel escudeiro Hota àquela localidade e parece que a fotografia diz quase tudo. O Araújo com ar ansioso esperando uma resposta positiva a algo que terá pedido, o Horta expectante e um Apolinário com ar de quem nada tem para lhe dar.

Não é difícil de perceber o que poderá estar em causa, já que eleitoralmente o Araújo tem a corda ao pescoço e as mentiras com que conseguiu votos dos que sonharam ter uma casa. O primeiro mês de 2024 já vai adiantado, desde março que os projetos apresentados ao PRR não são aprovados por falta de verbas e o prazo limite da conclusão dos projetos aproxima-se, inviabilizando o que quer que seja, mesmo que ocorresse um milagre.

Não estará na hora de o Araújo assumir que nunca teve os 120 milhões de euros do PRR, uma falácia que insiste em manter, ainda que cada vez fale menos de habitação, fugindo do tema como o diabo da cruz? Ele que prove que assinou o que quer que seja que lhe garantia ter esse dinheiro sobre o qual falou durante três anos, para agora, de repente, se ter calado.