Para se ser um dirigente bem-sucedido e competente não é necessário
ser intelectualmente superior e nem mesmo ser especialmente habilitado, principalmente
se estiver em causa uma grande empresa ou uma instituição do Estado.
Grandes empresas como os bancos, instituições como CM e os
gabinetes dos ministros contam com quadros competentes, com muita experiência. No
caso dos ministérios vemos primeiros-ministros que antes de serem eleitos não
dão duas para a caixa, mas quando se apanham nos cargos já sabem falar de tudo
com grande sapiência. É fácil, os gabinetes ministeriais não só podem contratar
assessores, como contam com exércitos de quadros altamente qualificados nas
direções-gerais.
Portante, se alguém sente que é menos dotado tem
inteligência suficiente para em vez de improvisar, recorrer aos quadros com que
pode contar. Conheci um dirigente de um banco, que por questões de privacidade
não refiro o nome, que é um bom exemplo disso. Mas nas autarquias teremos mesmo
muitos exemplos.
O problema é quando alguém é tão pouco dotado que deixa de
ter consciência de que é aquilo que designamos por burro e por isso até se
julga inteligente. E quando se faz uma carreira com cunhas políticas e se
acendem a alguns cargos estes burros enganam-se a si próprios, julgando-se com
méritos que não têm.
Quando o nível da burrice atinge este ponto de inflexão,
onde se passa a ser demasiado por burro para se deixar de ter consciência de que
é mesmo burro e começa a julgar-se inteligente, passamos a ter um burro
iluminado.
O burro iluminado é que aquele que sem ter qualidades muito
baixas capacidades intelectuais, perde a noção da sua condição e passa a pensar
que ele é que sabe tudo. E aí vem a desgraça, a incompetência, o despotismo, o
abuso a ilegalidade. Um burro iluminado não passa de um idiota sem travões.