O DÉSPOTA ESCLARECIDO

  


A resposta desse Álvaro Araújo ao Dr. Miguel Costaa sessão da CM do passado 24 de março diz muito sobre a natureza prepotente de um autraca que revelando grande ignorância e poucas qualidades de gestão se julga um déspota esclarecido que pode fazer o que quer no concelho sem ouvir alguém.

Mesmo alguém competente em democracia ouve as pessoas, tenta encontrar soluções que respeitem as pessoas. E se um político é pouco dotado e sabe que foi eleito com votos fáceis, principalmente “votos comprados”, se tivesse um mínimo de inteligência evitaria o autoritarismo. Mas não, a regra dos fracos é a prepotência e o desrespeito da vontade dos outros.

Esse Araújo bem que poderia ter imitado as qualidades do Marquês de Pombal, mas não, preferiu imitar o lado de déspota do Marquês e nem sequer temos dúvidas que se pudesse mandava salgar o Largo da Forca, como o Marquês mandou fazer ao terreno onde ficava o palácio dos Távoras, que mandou arrasar depois do que fez a toda a família. Mas felizmente, por mais déspota que seja ainda não pode tanto.

A forma como disse que não ouviu ninguém sobre a colocação dos contentores subterrâneos e por isso também não ouviu a Igreja, dizendo que esta era como todos os outros, revela o estilo déspota de alguém que acha que quer pode e manda. Não deixa de ser ridículo que um político que já tirou centenas de fotos em cerimónias religiosas, achou que ganhava votos maltratando a Igreja.

O tratamento que deu à Igreja é indigno, mas não pensemos que era uma forma de afirmação de igualdade, antes pelo contrário, convencido de que os seus responsáveis seriam mansos colocou contentores em todas as incitações da paróquia, só se esqueceu de meter à porta da Igreja, na Praça Marquês de Pombal. Por isso mesmo também encheu de contentores do palacete dos Folques, dali não viriam, como não vieram protestos. O homem faz o que quer, mas na hora de decidir não esconde a cobardia, só se arma em forte com os que julga fracos ou mansos.

Esse Araújo está bem mais próximo da imagem do presidente da junta criado pelo Herman José do que do Marquês de Pombal, não passa de uma figura política ridícula, um déspota ridículo.