Se alguém pensa que a primeira candidatura independente que
esteve na forja foi a do Marcelo Jerónimo que se desengane, a primeira pessoa a
admitir a hipótese de lançar uma candidatura independente foi um tal Rui
Setúbal, o verdadeiro líder do PS e candidato a DDT de VRSA.
A ideia não nasceu do LdF e só mais tarde tivemos
conhecimento dos pormenores deste projeto, no LdF nasceu a ideia de uma
candidatura ampla apoiada nas estruturas partidárias da oposição, apoiando-se
em cidadãos de todos os quadrantes políticos. A ideia nasceu, mas quem a conduziu tinha outras intenções, pelo que o projeto nada teve que ver com o LdF.
A ideia era um grupo amplo, mas esse projeto morreu cedo, alguém
veio informar que o empresário financiador defendia uma grupo pequeno e a
partir daí o LdF nada mais teve que ver com a ideia. Ficou óbvio que o que o
Sr. Rui Setúbal queria não eram uma frente ampla, até porque os lugares não são
muitos e entre o Araújo, a Célia e o Mob os tachos ficariam todos ocupados,
contando que o de chefe de gabinete seria para o mentor do projeto.
O curioso é que aquele que parece defender medidas duras
para com os militantes do PS que não apoiam um candidato que em tempos mais
parecia um apoiante do Luís Gomes, chegou a dizer aos membros do tal grupo que
estava em divergência com o PS e que admitia apoiar uma candidatura
independente. Para isso fez uns convites ao estilo de quem arma ao pássaro e
tem um cholim na murta e um macho de cholim, de pintassilgo, de garrafanito, de
pacharé e de verdum, fazendo de chamariz.
Convidou várias próximas do PCP, por motivos de militância
ou de saúde ninguém aceitou. Os livres da família e amigos serviam de chamariz
para os eleitores do BE e os independentes vindos do PSD ajudariam a roubar
votos da São Cabrita. O grupo parece que ficou com o nome de grupo de reflexão (hoje
convertido em grupo de jantarecos) e era liderado pelo Sr. Rui Setúbal apoiado
no tal empresário.
Só que as coisas correram muito bem ao Sr. Rui Setúbal, numa
jogada de antecipação conseguiu que o PS designasse um candidato autárquico
mais de dois anos antes das autárquicas, provavelmente com o argumento de que a
São poderia cair a qualquer momento. Com esta jogada de antecipação a hipótese
do regresso do António Murta foi a afastada e a candidatura independente morreu.
Quando alguns artistas locais falam em unidade da oposição
ou quando ameaçam os seus camaradas de processos de expulsão do partido por não
apoiarem a escolha do velho amigo do Luís Gomez, é bom que se lembrem da tal
candidatura independente que se justificava porque o Sr. Rui Setúbal estava
descontente, para não referir os artigos nos jornais que muito provavelmente
levaram à saída da Ana Paula Vitorino do governo.
De qualquer das formas é uma pena que a candidatura
independente do Sr. Rui Setúbal tenha abortado, ia ser divertido ver o Araújo andar
a pedir 500 assinaturas, o que dá mais trabalho e menos resultados do que andar
a mandar pedidos de amizade no Facebook a quem gosta dele e a quem não o pode
ver na frente.