O LONGO INVERNO




Infelizmente parece que vai suceder o que aqui sempre se receou, que a pandemia se iria estender pelo menos durante mais do que um ano, não sendo ainda garantido que o próximo verão possa ser considerado “normal”. É evidente que o pior está para vir pois todos os dados estatísticos aponta para um aumento contínuo dos casos de covid-19.

É bom recordar que a primeira vaga ocorreu em março passado, muito antes do que sucedeu com a segunda vaga, pelo que sem confinamento total é pouco provável que a pandemia possa ser contida antes do próximo verão, isso se todos os responsáveis políticos estiverem à altura do desafio e se todos os portugueses perceberem que é deles que em primeira linha depende a superação desta crise sanitária.

Mas depois de um confinamento total, de um verão com poucos turistas e a preços de saldos, de uma quebra acentuada das receitas dos comerciantes segue-se um longo inverno com uma crise sanitária de dimensões ainda maiores e com uma crise económica à escala global. O país não tem recursos financeiros para responder à crise durante este inverno com os meios com que respondeu durante a primeira vaga.

É neste quadro que se olha para as autarquias e em particular os municípios mais atingidos por esta catástrofe. O Estado, seja o governo central ou as autarquias não pode ser gerido como se não existisse amanhã, a história mostra-nos que a humanidade é fustigada por situações de calamidade. Isso significa que não se pode gastar o que se tem, o que não se tem e o que se espera vir a ter. Muito antes desta pandemia avisámos aqui que se o Município enfrentasse uma situação de calamidade seria um desastre pois não haveria dinheiro. Infelizmente tínhamos razão.

Faz sentido a empresa de águas continuar a cobrar fortunas pela água e taxas associadas a cafés e restaurantes fechados ou sem cliente ou a hotéis em layoff ou a alojamentos locais sem clientes?

Faz sentido cobrar taxas de esplanadas a restaurantes fechados ou às moscas?

Faz sentido cobrar taxas de estacionamento numa terra ávida por quem nos compre alguma coisa?

Nada disto faz sentido, da mesma forma que não faz sentido que enquanto o concelho se afundava em COVID 19 a autarca ande por aí a fazer filmes com equipamento e uma equipa numerosa, com drones e artistas, fazendo passar a falsa ideia de que se vive num paraíso sempre em festa. A verdade é que enquanto a autarca dos vídeos da terra em festa perante a entrada do concelho para a lista negra ficou em silêncio, o Facebook da CM calou-se e se até aqui tínhamos uma Município arruinado, agora nem isso temos, até o Tiago desapareceu.

Os mais atingidos pela crise, os que perderam o seu emprego, os que deixaram de receber qualquer ajuda, os que correm um sério risco de ver o seu negócio ir à falência estão entregues a si próprios. A verdade é que o Luís Gomes e a São Cabrita deveriam ser julgados pelo que nos fizeram, pelo que gastaram em Cuba, pelo que esbanjaram no Ritz, pelo que deram à Astróloga, pelo que pagaram aos Castelos Brancos, pelos envelopes de apoios pecuniários” da Mão Amiga, pelos avençados inúteis, pelas adjudicações diretas às empresas dos amigos,, pelo infantário na terra de Fidel, pelas operações feitas em Cuba, pela viagem do tio Manuel a Havana e por muitos outros esquemas onde estes estroinas esbanjaram o nosso dinheiro.