É um tique dos ditadores e tiranos, recorrem ao medo como
forma de se manterem no poder. Mas se um ditador num regime autoritário é
estúpido ao recorrer ao medo, um político autoritário que o faça em democracia
só pode ser muito estúpido, mesmo muito.
Ameaçar pessoas por um simples like numa página incómoda,
perseguições judiciais, ameaças físicas, vinganças e outros comportamentos que
visam silenciar as crítica pode calar muitos, pode sentir-se um grande
silêncio, mas tal como no fascismo, se não falamos em público falamos baixinho
para que os bufos não ouçam.
Podem transformar alguns funcionários ou beneficiários em
bufos, até podem fazer como nalguns países, pondo bufos a informar sobre os
próprios familiares. Mas nada disso funciona, como escreveu o nosso poeta
António Aleixo:
Ou, como escreveu António Gedeão num poema cantado por Manuel
Freire
Mas o desespero de perderem as mordomias proporcionadas pelo
poder, o deixarem de gerir mais de 30 milhões de euros anuais de forma a favorecer
amigos e família leva muita gente à loucura. O seu próprio medo impulsiona-os a
impor o medo como garantia de silêncio.
Mas estão enganados, não há machado que corte a raiz ao
pensamento, e esse pensamento livre é um
ribeirinho que nenhum déspota idiota, incompetente e inútil pode aprisionar e
no próximo dia 12 vai desaguar.
A estratégia do medo acaba como uma panela de pressão a
explodir e os que pensavam que com o silêncio garantiam maiorias absolutas
tantas vezes propaladas, arriscam-se a ir parar a um caixote do lixo político.