UM CANDIDATO CHEIO DE SORTE


 

Há candidatos cheios de sorte, diria mesmo que são uns candidatos sortudos, é o caso do Luís Gomes, um senhor que meteu uma sabática para ser especialista em frentes ribeirinhas durante o dia e cantor durante a noite, enquanto meteu a “Agora é São” a tomar conta do estaminem enquanto ele ia estriando botinhas, umas mais belas do que as outras. 

E é um candidato sortudo porque não precisa de elaborar programa ou arranjar equipa. A única autarquia para a qual não tinha candidato era a JF de Cacela, mas foi fácil arranjar notáveis, porque com um homem capaz de transformar a água do rio em dinheiro o que não falta é notásseis, pouco importando que não haja qualquer relação entre pedais e Estado, sendo certo que a competência não está nos músculos da barriga das pernas. 

Para quê arranjar programa se nem faltam promessas nem projetos, certamente vamos ter a tal fábrica com 300 trabalhadores que prometeu no pavilhão multiúsos, agora convertido em armazém do empresário do município. Certamente esta fábrica estará enquadrada no famoso cluster do Mar, sendo certo que voltaremos a ter a visita da socialista Ana Paula Vitorino, a senhora a quem deu uma gorjeta de dezenas de milhares de euros. 

Obra para fazer? Isso é coisa que não falta, desde logo a frente ribeirinha, a tal marginal que deixou o emir do Dubai cheio de medo de deixar de ter o exclusivo do luxo e dos hotéis de 7 estrelas. Mas não nos podemos esquecer da prometida maior unidade de cuidados continuados do Algarve, do Hotel Melia em Monte Gordo, da grandiosa marginal de Monte Gordo. Também estamos certos de que vai reinaugurar a Casa do Avô. 

Na lista podemos incluir o cemitério de Monte Gordo, o mega projeto da Muralha e muitas outras coisas, incluindo um bar para a Maia. E se tudo isto não chegar pode acrescentar as duas residências universitárias prometidas pela “agora É São”. Ainda não duplicou a dívida, para que só posa ser paga em 60 anos, o concelho ainda não extinto e dividido entre Castro Marim e Tavira? É só pedir, que o homem dá. 

Primeiro falhou com o PAEL e ao que parece foi a São que lhe teve de pagar o advogado, depois falhou o FAM, como disse o seu presidente, mas escapou-se entre os pingos da chuva. Veremos como é que depois de dois mandatos sem dinheiro e à beira da insolvência vai arranjar mais dinheiro para as suas pantominices.