O negócio do CINE FOZ tem tudo para se vir a tornar num escândalo
ainda maior do que aquilo que já é. Começou de forma duvidosa. Com um concurso
muito manhoso e a escolha duvidosa de uma empresa com um capital de cem euros,
que segundo disse o autarca terá sido constituída para este negócio, o que nos
leva a questionar por que terá sido constituída quase dois anos antes do
edital.
Não só começou torto e de forma questionável, como depois
começou logo aos trambolhões, pois dificilmente a sua construção estaria
concluída a tempo de o Araújo montar a sua banquinha de compra de votos a troco
de casas. Ainda sem qualquer projeto aprovado as obras pareciam começar em
força, mas parece que depois de muitas dúvidas colocadas, quase parou.
Mas, o mais grave, é que há motivos para recear que este
projeto venha a contar com o financiamento do PRR, já que estas verbas parecem
estar esgotadas, o que, como se sabe, levou o líder do PS a exigir um aumento
das verbas para habitação, na ordem de várias centenas de milhões de euros, já
que sabe que alguns dos seus autarcas tiveram mais olhos do que barriga e
prometeram demais. Esse foi o caso do Araújo.
Mas o que sucederá se o PRR não financiar o projeto? A
empresa, que neste momento pouco mais tem do que uma espécie de contrato
promessa com a CM, poderá ter duas opções, ou manter a venda a preços
condicionados ou, o que lhe poderá proporcionar mais lucros, compensar o Estado
pelos benefícios concedidos e colocar os apartamentos à venda no mercado livre.
Veremos como isto acaba e que consequências enfrentará o
autarca.