A melhor forma de dizermos o que sentimos neste dia do nosso
Município é fazer nosso “A trova do tempo que passa”, o poema de Manuel Alegre
cantado pró Adriano Correia de Oliveira. Uma terra em desgraça, onde custa respirar,
onde se fazem perseguições, onde se ouvem ameaças, onde se ouvem silêncios no
meio de tanta desgraça e medo.
Desgraça, é a palavra que melhor descreve a VRSA do Luís, do
Barros, do Romão, da São e de muitos outros. Uma desgraça que tentam tapa a
todo o custo e mesmo com empresas fechadas, gente a passar fome e desemprego generalizado
ainda tentam passar a imagem do sucesso. Tentam a todo o custo calar a
desgraça.
Erramos uma terra orgulhosa, fomos símbolo de orgulho frente
a Espanha, fomos uma das terras mais asseadas do país, fomos um dos municípios
mais ricos do Algarve. E hoje? Somos a vergonha dos municípios portugueses, um
dois mais endividados do país e o mais endividado do Algarve, um dos poucos ou
o único que em plena desgraça da covid-19 nada deu aos munícipes em
dificuldades.
É uma vergonha, perdemos o orgulho que sempre tivemos, somos
obrigados a assistir impotentes à desgraça que nos afunda. Enquanto isso alguns
continuam a ser os melhore remunerados da terra à custa de taxas que não param
de aumentar, é para os manter ricos que mesmo os que foram forçados a encerrar
são obrigados a pagar as taxas de esplanadas que não abriram ou que vão ter às
moscas.
Mas melhores dias virão, porque iremos correr com esta praga
que nos tolhe, por isso continuamos a ouvir a voz de Adriano:
Mas há sempre uma candeia
Dentro da própria desgraça
Há sempre alguém que semeia
Canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.