No dia 17 de março, o dia anterior à declaração do estado de
emergência haviam 642 casos de covid-19, no dia seguinte os casos aumentaram
para 785, isto é, no dia em que foi declarado o estado de emergência registarem-se
143 casos, certamente menos do que os novos casos declarados no último dia do
estado de emergência.
Isto não significa que a situação seja mais grave neste
momento, já que só daqui a alguns dias surgirão os casos de doentes que foram
contaminados hoje. MAS é óbvio que a situação epidemiológica não é nada tranquilizadora.
Há multiplicas cadeias de contágio em todo o país e não estão sob controlo das
autoridades sanitárias, com o fim do estado de emergência a probabilidade destas
cadeias de transmissão se multiplicarem e espalharem por todo o território é
muito grande.
Fazem bem as autoridades sanitárias, não só não estão
desmontando o dispositivo hospitalar de combate à doença como está mesmo a
reforçar os meios. Agora, a única barreira à multiplicação de casos é o
comportamento de cada cidadão e é de
lamentar que não esteja a ser feita uma campanha de esclarecimento para que
cada cidadão tenha consciência de que o risco hoje é o mesmo que existia antes
da declaração do estado de emergência.
No caso particular da nossa terra o risco é acrescido pois
com o início da época balnear, no próximo dia 1 de junho, a probabilidade de “importarmos”
cadeias de contágio é muito grande. Isso no pressuposto de que até lá não surjam
más, notícias, porque se suceder alguma surto local de covid-19 o concelho pode
ser ainda mais penalizado em termos económicos.
Até aqui ficámos confinados em casa, a partir de agora
depende de cada um de nós o combate à pandemia. É importante que cada um de nós
tenha consciência de que tanto podemos ser uma barreira à transmissão do vírus
como podemos ser os transmissores. O comportamento irresponsável ou descuidado
de alguns, mesmo que sejam poucos, podem deitar tudo a perder, conduzindo o
concelho para uma situação ainda mais difícil.
Já percebemos que a nossa autarca anda mais preocupada com a
sua imagem e já está em pré-campanha eleitoral, em vez de uma campanha de esclarecimento
faz vídeos e fotos para se promover à custa da doença, em vez de se preocupar
com o concelho dedica a discursos miseráveis a cartas anónimas da treta, que
até parece terem sido encomendadas. A sorte do concelho depende de todos nós e
de cada um de nós.