MEMÓRIAS DO LARGO DA FORCA (2)




 O JANTAR SECRETO DO ANTÓNIO MURTA COM O LUÍS GOMES

A ideia de começar a fazer oposição logo que concluídas as eleições autárquicas começou ainda antes, depois de uma década de oposição incompetente, um pouco à semelhança do que está a acontecer atualmente, sentia-se a necessidade de produzir melhor opinião. As primeiras conversas começaram ainda durante a campanha eleitoral para as autárquicas e logo aí começaram as surpresas.

Havia quem assegurasse que tinha um acordo com o Álvaro Leal para no caso de PS e CDU terem maioria na Assembleia Municipal. Mas, o mais curioso daquilo que na época se ouviu é que esse acordo também previa tirar o tapete a António Murta. Tudo isto era ridículo, revelando apenas a reduzida capacidade intelectual de alguma oposição na terra. Não só António Murta tinha a maioria dos deputados municipais do seu lado, como o PCP é um partido fortemente institucionalista e dificilmente um seu militante com grandes responsabilidades entraria nestes golpes sujos.

O certo é que o ódio político a António Murta era uma constante, dire-ser-ia mesmo que um pouco patológico, a lembrar o compleco de Edipo. Do noutro lado a relação com o Avaro Leal era mais simpática do que com o José Cruz, um aparente entrave a uma gerigonça liderada pelo Araújo e manobrada pelo mentor deste.

António Murta tinha tirado o tapete aos que sonhavam com uma candidatura de Álvaro Araújo em 2017, a maioria dos apoiantes deste boicotaram a campanha de António Murta, havendo quem se mantivesse apenas para picar o ponto. O José Cruz tinha um discurso menos simpático do que Leal no sentido em não dava sinais de simpatias por soluções políticas desengonçadas.

Em público era António para cá, António para lá, em privado seguiam-se todos os passos do ex-candidato. Havia uma grande preocupação em manipular o LdF no sentido de atacar de forma sistemática o ainda vereador do PS- O medo de um regresso do antigoi presidente da CM marcava toda a estratégia e quando o António Murta abriu conta no Facebook acenderam-se todas as luzinhas de alarme. Era a prova de que ele queria voltar a candidatar-se e isso precepitou tudo, havia que lançar o Araújo, mesmo que muito antes do tempo.

O momento mais hilariante deste ataque a António Murta foi quando inventaram um almoço secreto entre António Murta e o Luís Gomes, era a prova suprema de que o antigo autarca do PS estava feito com o tenebroso Gomez. Se o antes da São era o diabo em pessoa, o António Murta não ficava muito atrás, era um diabrete.

Os pormenores eram muitos, foi algures na Altura, numa instalação do tipo hoteleiro, onde eram possível organizar um almoço privado. Primeiro chegou o António Murta, depois veio discretamente o Luís Gomes. Saíram mais tarde e não faltavam os pormenores de quem saiu primeiro e a que horas sairão.

Hilariante demais para ser credível, mas mostra a capacidade da personagem para mentir e criar histórias para destruir pessoas, isto é, o Luís Gomes teria muito a aprender em matéria de velhacaria. Curiosamente quando foram confrontados com a presença do agora candidato Araújo num jantar de apoio político a Luís Gomes, organizado por aqueles que eram marginalizados pela São e que contou com a presença do então deputado e ainda presidente da Assembleia Municipal, tudo era mentira.

Esse jantar, do qual sabemos o local, a data, a hora e a mesa onde esteve o Álvaro Araújo sentado não tinha acontecido, era mais uma invenção da perigosa máquina de contra informação do perigosíssimo Luís Gomes. Curiosamente, quando o jantar ocorreu a candidatura do Araújo ainda era um segredo bem guardado e na ocasião aquele que mais tarde desmentiu a realização do jantar foi muito crítico, nesse tempo ainda não tinha desvendado que tudo não passava de uma trama para promover aos poucos alguém que durante anos foi um firme apoiante de Gomes e da São.

Sobra a forma como o candidato Álvaro Araújo há muito para contar nos próximos episódios.