Parece que a nossa autarca percebeu que transformar cartas
anónimas em moinhos de vento da sua candidatura davam mau resultado, é óbvio
que quem utiliza as supostas cartas anónimas em seu proveito é obrigatoriamente
o suspeito de ser o respetivo redator, na comemoração do dia do Município optou
por não fazer uma comunicação miserável, como a que fez no dia 25 de abril.
É óbvio que escolheu outra pessoa para lhe fazer o discurso,
desta vez não se sentiram vapores de medronho na escrita, era um discurso
eleitoral escorreito e bem pensado, se não fosse a pouca qualidade da
apresentadora e o seu conflito com os meios de transmissão de imagem e teria
sido uma comunicação inteligente. O problema é que a comunicação nada teve que
ver com o Dia do Município ou mesmo com o Município, foi um vídeo típico de uma
candidatura eleitoral, como têm sido todos os que a autarca tem feito a coberta
da pandemia e do rasto de miséria.
Pressionada pelo fato de ser a autarquia mais miserável em
matéria de apoios aos que foram vítimas sociais, económicas educativas da pandemia
de covid-19, a autarca engendrou algumas medidas. Mas antes e mais uma vez
gabou-se de medidas que nem foram decididas por ela, nem são pagas pela
autarquia, não hesita em usar decisões alheiras e uma mão cheia de nada para se
aproveitar da desgraça.
Como vídeo de campanha não podia deixar de ter o anúncio de
medidas, que vale a pena analisar. Loque as escolas fecharam e as aulas
recomeçaram em online muitas autarquias fizeram o levantamento dos alunos que
por dificuldades económicas não poderiam aceder às aulas, por não terem os
meios necessários., O que fez a nossa brilhante autarca?
Em vez de recolher as necessidades decidiu dar um tablet aos
alunos do 11.º ano, com o argumento dos exames. Isto é, escolheu as turmas com
menos alunos e dará um tablet aos que têm meios e aos que não têm meios. Há
mesmo uma elevada probabilidade de a maioria de os alunos não precisar do
tablet, por já terem um ou mesmo um computador, o que nos dias de hoje é o mais
provável. É óbvio que tendo meia dúzia de tablets a autarca optou por esta
solução, fica bem na fotografia e passados muito dias desde o recomeço das
aulas dá uns quantos tablets. A título de exemplo, refira-se que a CM de
Portimão fez o levantamento das necessidades e deu 600 tablets a alunos
carenciados.
Além dos tablets vai dar máscaras comunitárias muitos dias
depois do desconfinamento, mas mais vale tarde do que nunca. Mas o curioso está
na fórmula escolhida pois pede que quem receber máscaras deve dar bens
alimentares em troca. Isto é, dá máscaras e depois vai anunciar que deu máscaras
e ajudou a Mão amiga com bens alimentares. E onde vai entregar as máscaras? Em
Monte Gordo na Junta de Freguesia, em VRSA não será na junta mas na CM, talvez
para ela aparecer na fotografia e em Cacela, onde a junta não é do seu partido
serão dadas no mercado municipal. Porque não são dadas nos mercados municipais
ou nas juntas? Porque é uma ajuda eleitoralista, quer votos à custa da
pandemia.
Por fim anuncia de forma subtil a sua intenção de ficar no
cargo pelo tempo que os eleitores quiserem, isto é, apresenta a sua
candidatura. O jogo político sujo continua, agora sem catas anónimas e
discursos imbecis.
PS: com tantos vídeos se fosse melhor artista e um pouco
mais bonitinha ainda a levavam para Hollywood, o que seria uma bênção para a
nossa terra.