LARGO DA FORCA
Um ex-vizinho aqui do Largo da Forca (que felizmente já aqui
não mora) tentou mostrar as grandes qualidades do candidato que nos queria
impingir, defendendo que se a São Cabrita ganhava as eleições com subsídios tinha
de se arranjar um candidato que tivesse também esta qualidade, dar subsídios.
Isto é, tal como do outro lado o importante não eram, as qualidades do candidato,
mas sim a gratidão que os eleitores mais pobres e vulneráveis devem ter com
aqueles que gerem subsídios ou empregos públicos.
Isto mostra dois aspetos preocupantes da democracia no nosso
concelho, como parece que alguns candidatos em vez de apostarem no
desenvolvimento ficam dependentes da pobreza e da ignorância, porque é essa a
sua especialidade eleitoral. E como uma boa parte dos eleitores do concelho são
tidos e achados, já que a base eleitoral dos grandes candidatos não os
consideram como prioridade eleitoral.
Curiosamente aquele argumento tinha um ponto fraco, uma boa
parte dos apoios e subsídios daquele belo candidato tem sido precisamente a São
cabrita, já que esses apoios eram canalizados para a CM através de uma ONG que não é mais do que uma das bases de apoio
da atual autarca. Muitos dos apoios dados pelo governo em consequência da
recente crise financeira e que teve por objetivo a redução do emprego, foram
transformados num esquema de mão de obra barata para instituições públicas, enquanto
os supostos beneficiários deste sistema deveriam ser eleitores gratos aos
autarcas.
Não admira que em plena crise vimos uma espécie de tentativa
de ressurreição eleitoral da autarca, de um momento para o outro multiplicaram-se
as fotografias e os vídeos, em vez de estarmos perante uma crise sanitária
parece que vimos uma pré-campanha das autárquicas de 2021, até o medronheiro da
Manta Rota anunciou o início das manobras, como se em vez da vida das pessoas
as prioridades fossem outras. Veremos se nessas fotografias e vídeos não estará
também a ser lançado o candidato a vice-presidente e substituto do Luís Romão,
porque parece que em plena crise não foi só o responsável municipal a ser
substituído.
Políticos especialistas em explorar eleitoralmente as
dificuldades do povo viram nesta situação miserável uma boa oportunidade a
explorar, é tempo de subsídios, é a hora dos candidatos que por questões
profissionais ou institucionais gerem subsídios públicos.
