As máscaras não são propriamente um adereço oferecido numa
campanha eleitoral, como os chapéus de palha do “Agora é São”, conhecidos
também por “chapéus de labrego”. Uma máscara é uma coisa muito séria pois serve
para proteger a nossa vida e, no caso de sermos nós o portador do vírus, serve
para proteger a vida dos nossos familiares, dos nossos amigos e vizinhos bem
como de todos aqueles com que nos cruzamos.
É por isso que a DG de Saúde adotou uma norma e a indústria
que produz as máscaras que obedecem a esta norma colocam nas mesmas um selo
“Máscaras – COVID-19 Aprovado”. Isto significa que estas máscaras protegem
mesmo a nossa vida e a dos outros, não é um adereço do tipo dos referidos
chapéus de labrego. Uma máscara é uma coisa séria.
Quando até as máscaras cirúrgicas escasseavam e estava-se no
pico da pandemia muita gente produziu máscaras comunitárias o melhor que soube,
não havia alternativa nem mesmo quaisquer regras. Nessa ocasião muitas
instituições e autarquias fizeram o que puderam, mas a nossa autarca
encolheu-se, limitou-se a fazer vídeos, como se nós comecemos vídeos, aprendêssemos
alguma coisa com esses vídeos para as aulas ou como se os vídeos nos protegesse
do vírus.
Mas agora que está já em pré-campanha a nossa autarca viu a
oportunidade de se aproveitar da pandemia em benefício próprio e lançou a sua
campanha para as próximas autárquicas. E que melhor ideia do que oferecer uma máscara?
Arranjou máscaras e está a distribuí-las com pessoal próximo e onde não ganhou
as eleições em vez de as distribuir na junta de freguesia, opta pelo mercado municipal,
não vá o povo pensar que foi oferta do presidente da junta de um partido da
oposição.
O problema é que uma CM não é a tasca da coxa e é
inaceitável que sejam distribuídas máscaras sem qualquer garantia de que
verificam as normas e sem qualquer informação relativa a lavagem e duração. Em
cima do oportunismo eleitoralista vem a irresponsabilidade. E como se isso não
bastasse ainda fica com o número do cartão de cidadão de quem as recebe. Mas se
não se lembrou de comprar máscaras certificadas ou de incluir instruções
relativas à lavagem e validade, não se esqueceu de lá meter uma cartinha com a
sua assinatura, não vá alguém pensar que foi o largo da Forca que as ofereceu.
PS: sobre quanto custaram e quem as vendeu voltaremos noutra
ocasião.