CRIADORES DE EMPREGO



Desde há uns anos para cá, em especial desde a crise financeira que obrigou à vinda da troika, que se generalizou a ideia de que devemos estar em dívida com quem cria emprego, como se a atividade empresaria fosse uma atividade que visa a beneficência. Não admira que quando estamos perante um qualquer uma abuso, uma situação de evasão fiscal ou um comportamento socialmente criticável, logo alguém vem com a ladainha da criação de emprego, como se os empregadores estivessem um pouco acima da lei   e como se tudo valesse em troca da criação de empregos.

Em VRSA o poder tem vindo a usar esta expressão e não raras vezes a São defendeu-se com o “dinamismo empresarial” e a “criação de emprego”, como se fosse valores acima da lei, da defesa do ambiente e do funcionamento democrático das instituições. Não admira também que quando o candidato Araújo finamente apareceu fez questão de se rodear de empresários e fazer notícia disso, como se pretendesse dizer que os “seres superiores” estariam ao seu lado.

Um bom empresário é merecedor de elogio, corre risco, dinamiza atividades que geram riqueza e ao ser bem sucedido gera empregos. Se remunerar bem, se pagar todos os impostos devidos, se respeitar o ambiente, se não corromper políticos, se respeitar todas as leis laborais e fiscais, além de um, empresário bem sucedido é também um cidadão exemplar. Da mesma forma o bom professor, o bom autarca ou o bom marceneiro que pratiquem os mesmos valores são cidadãos exemplares e merecedores do respeito coletivo.

É bom que o concelho consiga atrair empresas e que estas criem emprego, que isso seja conseguido com empresas que não precisem de fugir a impostos, que paguem, mal, que explorem de forma oportunista a precariedade do emprego. Um concelho com empresários competitivos é um concelho forte e cada vez mais rico. Empresários que se limitem a beneficiar de favores, licenças fáceis e situações de oportunidade dão a ilusão de progresso, a longo prazo geram subdesenvolvimento e pobreza.

Basta olhar para VRSA para se perceber que apesar da aparência, dos restaurantes lindo do passadiço, dos bares e hotéis em terrenos roubados às dunas, a pobreza não diminui e o rendimento médio não passa da cepa torta. VRSA precisa de empresários e de empregos, de preferência bons empresários e bons empregos.