Mesmo sem a crise
sanitária provocada pela pandemia a situação dos trabalhadores no
concelho de VRSA já não era das melhores. Grandes assimetrias na distribuição
do rendimento, níveis salariais muito baixos, muito trabalho informal e uma
gestão dos recursos humanos da CM orientada para as estratégias eleitorais dos
autarcas.
VRSA é um concelho “espetacular” mas não pelo seu rendimento
médio, pelo nível de qualificação exigido pela generalidade das atividades,
pela dignidade com que os trabalhadores são tratados, incluindo nos serviços do
Estado. É espetacular pelo clima, pela localização, pelas praias, pela diversidade
ambiental, mas não pela forma como é gerida ou pela riqueza que distribui.
E como não bastavam os políticos sem escrúpulos que conseguem
transformar os salários pagos pelos impostos em favores pessoais, ao ponto de
os trabalhadores do Estado terem de ser mais “servis” apara com o patrão do que
em qualquer outro setor, eis que a maior pandemia desde a gripe espanhola veio
atirar ainda mais gente para a pobreza.
Setores fechados e sem grandes perspetivas de obterem
receitas significativas nos próximos quinze meses, se é que vão ter algumas,
muitas empresas à beira da falência, muitos trabalhadores com reduções de rendimentos
ou mesmo sem rendimentos e sem quaisquer hipóteses de encontrarem trabalho. É
um cenário dramático e há um risco sério de virmos a enfrentar problemas sociais
muito sérios.
E o que faz uma autarca perante este cenário? Prepara a sua
candidatura, faz cartazes de propaganda, inunda as páginas da CM de imagens e
vídeos de autopromoção e “conspurca” a comemoração do 25 de Abril com uma com
uma comunicação ridícula. Andaram a gastar fortunas para mostrarem as nádegas
do Castelo Branco e agora não têm um tostão. Temos uma autarquia que só serve
para os que lá estão terem ordenado acima da média e para que o da Manta Rota
crave medronho e charutos.
É um dia de reflexão e de luta, uma luta interior que faça
com que cada trabalhador pense bem em como dar a volta a um ciclo miserável em
que meteram o concelho, tornando-o incapaz de promover a riqueza, o emprego e a
justiça. Em VRSA a luta dos trabalhadores pela luta pela democracia e por acabar
com o oportunismo, o nepotismo e a incompetência.
PS: Uma palavra especial para o pessoal dos hospitais que
até há dois meses atrás eram o diabo e agora são os heróis de muitos dos que disseram
cobras e lagartos de médicos e enfermeiros. Uma palavra especial para gente que
arrisca a vida apesar de salários miseráveis, como os pagos a enfermeiros e auxiliares.