TEMOS DE IMPEDIR QUE VRSA SEJA UM COVIDÁRIO

 


Como é possível que um pequeno concelho, isolado desde que a fronteira está praticamente fechado, com a maior parte dos hotéis encerrados, sem empresas que impliquem concentrações de operários, quase confinanda desde outubro, chega a um estado de contágio na comunidade que aparenta generalizado. 

Já não vale a pena aos idiotas dos araujianos culparem as vítimas porque o vírus já apanhou os seus admiradores mais esganiçados, sugerindo que a coisa só vai com chicote, já não vale a pena o Hotel Apolo dizer que está preparado para receber espanhóis nos dias da feira, o Coração da Cidade já não disputa o Vizinho para saber onde fica a sede da Casa do Benfica para atrair clientes para as transmissões televisivas do SLB, a São e a médica de saúde pública já não precisam de chamar o Mendes para dizerem que não surtos mas apenas um aumento brusco, já não se justifica abafarem a informação. 

A desgraça estava escrita nas estrelas, não usavam máscara dentro de edifícios públicos, em vez de andarem a informar as populações em plena segunda vaga faziam filmes da terra em Festa, como se o Ciprianistão fosse a terra da felicidade, onde o dinheiro jorrará até à eternidade e onde graças a rezas e mezinhas à base de lixívia o vírus nunca entraria. 

Quando durante a primeira vaga quase nem haviam casos a autarca lavava ruas com lixívia, fazia-se fotografar ao lado do comandante dos bombeiros com oferendas para a posterioridade, inventava grandes pacotes de apoios sociais, formava equipas de trabalho para estudar as medidas de resposta às consequências da pandemia, era um fartote de propaganda. Agora já nem propaganda faz, os que vivem no concelho estão entregues a si próprios. 

Já ultrapassámos Tavira em casos ativos, o que seria de esperar. Há muito que dizemos para olharem para lá, para não abafarem a informação com desculpas esfarrapadas, para terem um papel ativo junto das populações. Mas não, no Ciprianistão vendia-se felicidade e sucesso, em Tavira informava-se, aqui faz-se propaganda à custa do dinheiro do jogo e das taxas turísticas, ao mesmo tempo que se vende o pouco património que resta pela “calada da noite”. 

Agora resta a cada vila-realense ser mais rigoroso que nunca, proteger os familiares mais vulneráveis, isolar, isolar, isolar, desinfetar, desinfetar, desinfetar. E que as autoridades continuem a fazer o que já faziam, per5seguir os que insistem em não respeitar o que foi determinado no âmbito da declaração do estado de emergência.  Agora que sabemos que estamos entregues a nós próprios teremos de ser mais rigorosos do que nunca. 

Cada um tem de partir do princípio que pode ser portador do vírus e que sem o saber podemos estar condenado amigos, conhecidos e familiares a sofrerem de uma doença grave e/ou a transformarem-se também em propagadores do vírus. Temos de ter consciência que podemos ser a fonte de mais um surto de contágio na comunidade, temos de ser absolutamente rigorosos durante o tempo suficiente para que os surtos de contágio na comunidade se extingam.