A CRIATURA ACORDOU

 


 

Desde que o PS do Rui Setúbal informou o concelho que o seu deus menino autárquico tinha sido prematuro, tendo nascido dois anos antes do termo do que costuma ser a gestação dos candidatos autárquicos dos partidos estabelecidos, o ilustre e competente candidato tem-se dedicado mais às fotografias de família e do lulu, tendo interrompido essa penosa tarefa, para nos dizer o que pensa, ou o que o Setúbal escreve para que ele pense, por duas vezes. 

Na primeira vez o PS  tomou posição sobre o destino dos trabalhadores e da sua família. Sendo o licenciado em línguas o responsável da repartição do emprego há mais de uma década era de esperar uma intervenção brilhante. Sabendo-se da sua dimensão religiosa e sendo público o seu alto empenho na acção da Mão Amiga, estávamos convencidos de que era uma oportunidade para brilhar. 

Olhámos para cima e em vez do brilho radioso da sua competência vimos a sombra de um disparate vindo na nossa direcção. Em vez do “Perdoa-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” o PS do senhor Araújo não resistiu à tentação da vingança. O PS do homem das preocupações sociais e dos peditórios da Mão Amiga, mandou os bons valores às urtigas. Defenderam uma ilegalidade brutal, o despedimento colectivo de todos os que trabalhavam na SGU, nem o João Faustino, um homem muito amigo do Rui Setúbal, se escapava à vingança divina sobre Gomorra. 

Entretanto o candidato faz-nos lembrar o fulano que caiu num depósito de cerveja e de vem em quando vinha cá acima pedir tremoços. Desapareceu e muitos anos depois, quase um ano depois do início da pandemia, quando o concelho já enfrentou três vagas e sofreu quase duas dezenas de mortos. Agora, depois de um mês de confinamento e quando os contágios foram reduzido, inspirou-se em Castro Marim e deu um ar da sua graça. 

Entre a partilha da sua própria foto e o anúncio de que a sua filha fazia anos do Dia dos Namorados, uma data tão promissora para os europeus como o ano da galinha dos ovos de ouro para os chineses, o homem veio armado em especialista em combate a pandemias, leu a opinião do Dr. Robalo, olhou para o exemplo de Castro Marim e armou-se em candidato a ministro autárquico da saúde, contrariando a política do governo do seu partido. 

Mas como o homem deve saber (certamente o Setúbal já lhe terá dito) que a CM não tem um tostão, certamente quando se lembrou de pagar umas dezenas de milhares de euros em testes pouco fiáveis, vai prescindir do dinheiro para a sua campanha de outdoors com palavras idiotas, sendo ele próprio a oferecer os testes aos vila-realenses.