A SÃO JÁ FOI

 


 

Agora que o Luís Gomes se prepara para designar-se a si próprio como candidato a salvador da terra que ele próprio arruinou, poderia muito bem lançar uma pré-campanha de outdoors com o slogan “A São já foi”, um slogan lógico depois do “Agora é São”. A Sanita cumpriu o seu papel de guardadora dos arquivos incómodos da autarquia, enquanto o Luís Gomes andava por aí em cantorias para entreter o tempo. 

Como aqui tínhamos informado, depois de uma guerra surda na tentativa de se livrar do seu “padrinho” a São acabou por anunciar a sua “resignação”, para que não subsistam dúvidas, até escreveu aos dirigentes do partido que não seria candidata. Pelo “testamento político” que divulgou no Facebook percebe-se que sai pela porta pequena, chegando ao ridículo de apresentar uma obra de 30.000 €, a recuperação do repuxo, como uma das suas grandes obras. 

Desde que o mano falou da “herança envenenada que tinham recebido que se percebeu que o clã dos Cabritas se preparavam para fazer em VRSA ao padrinho da São o que em Castro Marim o Amaral fez ao Estevens, não “devolver” a autarquia ao seu antecessor. Daí para cá assistimos a uma guerra aberta entre a Sanita e o Gomes. 

Numa das suas primeiras entrevistas a São Cabrita avisou que não se viraria contra Luís Gomes. Mas a verdade é que isso foi sol de pouca dura. Quando o Público colocou uma notícia envolvendo produção de vídeos a autarca não hesitou em atirar o antecessor para a fogueira. Mas se nessa altura parecia estarmos a brincar às fogueiras de São João, numa gravação que tivemos a oportunidade de ouvir, a São foi muito mais longe e dizia coisas muito graves. 

O que terá levado a Sanita a anunciar desta forma a sua desistência, com um texto que só faria sentido sair no último dia do mandato. O post da São parece um daqueles gestos de submissão com que terminam muitas lutas na vida selvagem, o equivalente canino a sair da luta com o rabo entre as pernas. A São assume a derrota e sai “de mansinho”, ficando em gestão corrente durante oito meses, certamente fazendo o que algum controleiro partidário lhe dirá para fazer. 

Não sabemos os termos do tratado de abdicação, desconhecemos se conseguiu algo em troca do candidato a seu sucessor, apenas nos parece muito estranho que os Ciprianos tão orgulhosos, partam agora desta forma. O que poderá estar para suceder, o que terá levado a São a esta fuga apressada.

PS: Os araujianos anónimos da arrastadeira eletrónica devem estar muito tristes, depois de um ano a darem graxa à Sanita ficavam agora sem a sua potencial aliada. MAS nem tudo se perde, a proximidade entre o seu candidato e o Luís Gomes promete um bom entendimento. Com um bocado de sorte ainda vamos ver algum “contabilista fugido” como chefe de gabinete do “odiado” Luís Gomes.