“Hoje vêm cá
com o Pedro Pires uns senhores para verem o terreno do Parque de Campismo, cujo
terreno também não está bem registado, e vêm com o Pedro…” (Novembro de 2018)
Numa gravação de uma reunião entre a presidente da CM e um empresário proprietário de um terreno, que a autarca acabou de vender sabendo que não era “seu”, o único negócio imobiliário de que se falou não foi o dos terrenos em frente ao Vasco da Gama. Nessa reunião a autarca refere que na semana seguinte iria receber pessoas que estavam interessadas nos terrenos do Vasco da Gama, tendo o Pedro Pires como aparente “facilitador”.
O incrível desta situação é que parece que a secção local do PSD se terá transformada numa espécie de REMAX local, encarregada de vender o que resta do património imobiliário do Município. Sabemos da vocação imobiliária de algumas personalidades da política local, mas também sabemos dos prejuízos que alguns tiveram. Por isso, quando nos chegam notícias de sucessivas vendas ficamos preocupados.
Mas regressemos ao “negócio” dos terrenos do Parque de Campismo, como é que aparentemente uma presidente da CM aceita a visita de interessados em terrenos que são património do Estado, neste caso do Município, que não estão à venda, que estão tendo um uso público e que em nenhum órgão da autarquia se tornou pública a intenção de serem postos à venda?
O normal seria os terrenos serem postos à venda depois de um processo transparente, um debate sobre se devem ou não ser vendidos, uma avaliação rigorosa e honesta para que os interesses financeiros do Município fossem devidamente vendidos, a divulgação pública da intenção de venda e um processo de venda transparente.
Mas parece que há aqui procedimentos diferentes, os potenciais interessados do maior património do Município vão a um pasteleiro influente e dizem-lhe que querem aquele terreno, depois o pasteleiro telefona à São e diz-lhe que vai lá ter com dois potenciais compradores. Ou, então, são os senhores do regime que andam a contactar endinheirados para encontrar algum potencial interessado?
A bandalhice parece ser total, fala-se de terrenos do
Município como se forre uma courela propriedade da São, entra-se em contacto
com ela para se ver se está interessada em desfazer-se da courela. Enfim, na
nossa terra o absurdo parece ser o novo normal.