O FIM RIDÍCULO DO REGIME

 


Depois de anos de festas e festarola, de uma pantominice que apresentava o concelho como espetacular, onde era o melhor em tudo. Percebe-se agora a dimensão do desastre, uma CM falida, sem um tostão para acorrer ao município no pior momento da sua história, combatendo a desgraça económica com uma tômbola ridícula onde com um investimento de 10.000 euros a autarca apresenta um espetáculo a imitar o sorteio do El Gordo. 

A São saiu melhor do que a encomenda e o omnipresente Luís Gomes percebeu que ou se livrava daquela a quem cedeu o poder à consignação ou corriam um sério risco de cair do cavalo, deixando os arquivos da CM acessíveis à oposição. A primeira “vítima” da guerra dos bastidores foi o grão-mestre do atum enlatado, que foi corrido da direção da dúzia e meia de sócios a que designam secção local do PSD. A inconveniente personagem terá sido o preço para que a São sobrevivesse no lugar de vice-presidente. 

Mas depressa o Luís Gomes terá percebido que a autarca não ia “largar o osso”, tendo inciciado uma campanha de promoção pessoal com a ajuda do seu Tiago, o avençado que a trata por tu nos vídeos do concelho em festa em plena pandemia. A gota de água terá sido a “falsa” entrevista dada pela São ao largo da Forca, onde chegou a ridicularizar o antecessor. 

Por razões que ainda desconhecemos a autarca cedeu e de um dia para outro anunciou que sairia de mansinho e pela porta das traseiras, terá mandado uma carta ao partido anunciando que “agora não era São” e a mais de oito meses do fim do mandato, publica no seu Facebook uma mensagem de despedida, onde apresenta um testamento autárquico do mais ridículo que se podia ver. 

Uma autarca que ao longo de quatro anos geriu cerca de 120 milhões de euros, apresenta como grande obra de despedida uma tômbola para sortear dez mil euros, uma reparação de um repuxo que terá custado pouco mais de trinta mil euros, a manutenção do passadiço de Monte Gordo e a paupérrima marginal de Monte Gordo paga provavelmente com dinheiros que nem vieram do orçamento da CM. 

Esqueceu-se do único dos 11 compromissos eleitorais que assumiu, a revisão do acordo com a ESSE que transformou os vila-realenses em “vacas leiteiras” que aquela empresa ordenha, nem sequer interrompendo o trabalho com uma terceira vaga de uma pandemia que já levou para o hospital muitos vila-realenses. 

O testamento da São é a coisa mais ridícula que se viu num autarquia portuguesa, é de chorar ver uma autarca apresentar uma reparação de um repuxo como uma espécie de emblema da sua competência. Se não fosse a desgraça económica, sanitária e social em que está o concelho, seria de rir à gargalhada.

PS: Os coitados dos araujianos anónimos da arrastadeira ainda não vieram (mais uma vez) em defesa da sua autarca predilecta. Enfim, rei morto rei posto, lá se foi uma possível aliança pós eleitoral. Bem, talvez venhamos a ter algum acordo entre o candidato Araújo e o seu "velho amigo" Luís Gomes.