São conhecidas as críticas dirigidas ao grupo empresarial do Pingo Doce, por ter transferido a sua sede para a Holanda. Quando se soube desta transferência ouviu-se um clamor de indignação por parte dos portugueses e até o primeiro-ministro António Costa já o fez, no debate quinzenal no parlamento der março de 2017:
“Quando vemos que o lucro obtido pelas compras que fazemos em alguns dos nossos supermercados gera receita não nos nossos cofres públicos mas nos da Holanda, entendemos que há aqui um problema de grave distorção e de lealdade na concorrência", afirmou António Costa.”
Nada mais claro, transferem-se lucros gerados em Portugal para a Holanda e isso é um problema grave de “distorção e de lealdade na concorrência”. Tão mais grave que a quebra de receitas fiscais ajudou a conduzir o país a uma situação de insolvência, forçando-o a pedir ajuda internacional.
Curiosamente, em VRSA temos vindo a assistir a um fenómeno idêntico, ainda que neste caso o que motiva esta migração empresarial, parece ser a necessidade de “esconder” as empresas dos olhos dos inspetores fiscais do Algarve, o homem que teve a brilhante ideia queixa-se de que era perseguido pelo fisco a mando do Luís Gomes. Esperemos que nem todos sigam esta brilhante ideia, senão um dia destes não tem a sede de uma empresa. Quem não deve não teme...
O mais grave é que o mentor desta migração empresarial é deputado municipal e líder de uma das bancadas, não se entendendo como é que alguém que se comporta desta forma e que viola todas as regras da ética do seu partido, insiste em manter-se no lugar e ainda anda a montar outdoors caríssimos, dizendo-nos para termos confiança e acreditarmos. Acreditarmos em quem manda a “ética republicana” às urtigas?
Pela forma que ignoram os valores éticos do primeiro-ministro do seu partido, o hastag dos outdoors em vez de ser #TODOSCONTAM, deveria ser #NEM TODOS DESCONTAM.