A TERRA DA ESTRANHA FARTURA

 



Enquanto o PSD faz o balanço do mandato, depois de a atual presidente ter apresentado a rendição aos pés de Luís Gomes, elegendo como grandiosas obras uma reparação tragédia de um repuxo, a manutenção do passadiço e um el Gordo local no montante de 10.000 euros, o concelho é gozado com a alteração da licença de construção da antiga “Praça do Peixe”, proporcionando grandes lucros aos felizes proprietários, que tinham conseguido bons preços e isenções com a promessa de um hotel que ninguém verá. 

Enquanto o concelho definha no rasto de pobreza trazida pela pandemia, juntando-se às consequências de década e meia de esbanjamento, passando-se a fala imagem de uma VRSA espetacular, que de espetacular apenas tem o enriquecimento de alguns e a forma escandalosa como se distribuirão dinheiros públicos por amigos, conhecidos e eleitores. 

Enquanto a pobreza de se generaliza assistimos a vendas sucessivas de património, vende-se o que se tem e até já se vende o que não se tem, deixando as faturas e os processos judiciais para quem vier a seguir. São os terrenos em frente ao Vasco da Gama, incluindo o lote que pertence a um privado, são os negócios “estranhos” envolvendo a DOCAPESCA, nascem empreendimentos turísticos onde não há esgostos, surgem restaurantes em cima de dunas, vale de tudo um pouco. 

Enquanto o concelho ainda não sabe como sair desta crise há candidatos autárquicos a gastar fortunas em outdoors, um ano antes das eleições, evidenciando uma luta pelo poder só igualada pelas fações do PSD. Como se explicará que num concelho tão pequeno, a passar tão grandes dificuldades e arruinado se tenha a impressão de que estamos na América? 

O cidadão comum vota para ter competência, higiene pública e um município competente, mas a verdade é que pode haver uma espécie de “grandes eleitores” que financiando as atividades de políticos fracos acabam por serem eles a escolher quem vai decidir grandes negócios. É preciso acabar com esta vergonha de esbanjar dinheiro em campanhas, pondo fim a uma batota que está destruindo a democracia. 

EM VRSA há financiamentos de políticos, sabemos por exemplo do patrocínio de um grupo secreto, dinamizado por um conhecido contabilista, que beneficiou do patrocínio de um conhecido construtor civil e hoteleiro de Monte Gordo. É preciso repor a democracia e a legalidade em matéria de financiamentos partidários, é preciso impor o respeito pela legalidade aos dois grandes partidos do sistema, que em VRSA são dominados por gente que ultrapassou os limites.